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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Atenção Redobrada

Período de férias tem aumento de casos de ingestão de objetos por crianças

Neste período do ano aumentam os casos de acidentes com a introdução de corpos estranhos no nariz, boca e nos ouvidos

Postado em 17 de janeiro de 2024 por Alexandre Paes
Henrique aspirou um caroço de amendoim que foi parar no pulmão

Durante o período de férias escolares as crianças passam mais tempo em casa e a curiosidade é ociosidade traz o tédio a tona e esses pequenos ficam mais suscetíveis a situações de riscos. O pequeno Henrique Oliveira Araujo, de 2 anos e 6 meses, estava brincando na área quando colocou um amendoim na boca, escorregou e acabou aspirando o caroço de amendoim para dentro do pulmão. 

A Luciane Fabiana de Oliveira Araujo, que é enfermeira cirúrgica, se assustou quando viu o filho sem respirar, mas teve a agilidade para iniciar a manobra de Heimlich, que é utilizada quando a pessoa fica obstruída. “Foram alguns segundos de muito pavor, mesmo eu tendo experiência de primeiros socorros tive dificuldades para conseguir fazer ele desobstruir. Quando ele voltou a respirar, notei que ainda estava ofegante. Liguei para o pediatra e o levei ao hospital para fazer uma tomografia”, relata a mãe.

De acordo com a médica que o pequeno Henrique, ele foi encaminhado para o hospital, para uma UTI, onde foi realizada uma tomografia que confirmou a presença do corpo estranho. “Imediatamente iniciamos o encaminhamento dele para um hospital de referência com um cirurgião torácico para a remoção sob anestesia geral”, explicou a conduta adotada devido o caroço de amendoim ter ido parar no pulmão.

Luciane ainda relata que sempre teve atenção redobrada em casa, mas que agora vai evitar dar uvas com sementes, pipoca, amendoim, grãos que podem ocasionar esse transtorno. “Se meu filho estivesse com alguém que não tivesse experiência para desobstruí-lo provavelmente o final dele teria sido trágico”, desabafa aliviada a enfermeira cirurgiã. 

Só que além deste caso, outros acidentes são comuns nesse período das férias escolares. Banhos de piscinas, mar, rios e cachoeiras podem causar otites. Existe ainda o risco de acidentes com corpos estranhos, quando as crianças acabam introduzindo objetos pequenos no nariz, nos ouvidos e, em situações mais graves, engolem ou aspiram esses objetos. 

Em pleno verão, as crianças aproveitam as férias para se refrescar em piscinas, cachoeiras, rios ou mar. Mas a diversão pode ser a porta de entrada para a otite, a inflamação do ouvido que pode causar dor intensa, secreção no ouvido e sensação de ouvido tampado. “Os resquícios de água na orelha após a diversão criam um ambiente úmido e quente, propício para o crescimento de bactérias ou fungos, podendo causar a otite externa”, destaca Juliana Caixeta. “A dor é intensa e pode piorar até mesmo ao encostar na orelha, o que causa um grande incômodo”, explica a médica. 

Em crianças menores de dois anos pode ser um pouco mais difícil identificar a otite, já que elas não conseguem localizar bem a dor. Por isso, os pais devem ficar atentos ao comportamento dos pequenos. “Quando uma criança está com um quadro de otite, ao engolir pode doer e a criança chorar. Nos casos de otite externa, os pais vão notar um quadro de muita dor quando a orelha é tocada, mesmo que levemente, esclarece Juliana Caixeta. 

A médica orienta os pais que um erro comum é usar cotonetes para limpar o ouvido externamente. Ela aconselha os pais a levarem a criança para atendimento médico, podendo fazer uso domiciliar de analgésico até o momento da consulta.

Outro risco para as crianças durante as férias são os acidentes com corpos estranhos, quando as crianças acabam introduzindo objetos pequenos no nariz e nos ouvidos, engolem ou aspiram esses objetos. É um fato que chama atenção é que a maioria desses acidentes acontecem na presença de um adulto. Por isso, a melhor maneira de evitar que isso ocorra é verificando sempre se o ambiente oferece riscos para as crianças, aconselha a otorrino.

A médica orienta que os pais devem ficar atentos também a moedas, grãos de feijão, pistache, castanhas, amendoim, frutas como uva e tomate cereja, balinhas de gelatina e miçangas de pulseiras e colares. “O grupo de maior risco são as crianças abaixo de três anos de idade. Entre os objetos mais perigosos estão as baterias de brinquedos e balanças, por exemplo, porque tem potencial corrosivo. Esses objetos precisam ser removidos o mais rápido possível, preferencialmente em até 2h após o acidente”, explica a especialista.

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