As mensagens elogiosas do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ao presidente Lula (PT), geraram ruídos no partido após críticas de Bolsonaro (PL). A avaliação de integrantes da legenda é que os desgastes atrapalharam as discussões sobre a campanha eleitoral. Ainda assim, Goiás e Goiânia não deve ser impactada. 

Quem garante é o vice-presidente metropolitano, deputado estadual Eduardo Prado (PL). “Em relação a Goiânia, o senador Wilder Morais e o presidente Valdemar da Costa Neto definiram como  candidato o deputado federal Gustavo Gayer, que aceitou a indicação”, afirmou. 

Sobre as falas, ele argumenta que elas geraram uma reação espontânea do ex-presidente, que se sentiu ofendido. “Posteriormente houve, segundo informações, um encontro entre os dois e Valdemar se desculpou e explicou o contexto da entrevista. Ao meu ver essa reunião resolveu o atrito e a tensão entre os dois líderes, o que não afetará as articulações em nenhuma cidade, inclusive Goiânia.” 

Prado reforça que também se colocou à disposição para disputar a prefeitura, caso Gayer recue. “Cresci em Goiânia, estudei em Goiânia, me consagrei como delegado de Polícia com trabalhos mais incisivos e de repercussão em Goiânia. Fui vereador dois anos na capital e posteriormente, em duas eleições vitoriosas, deputado Estadual, sendo o mais votado do PL na capital e um dos mais votados entre todos os eleitos. Caso Gayer saia candidato, o PL estará unido para elegê-lo.”

Mal-estar

Recentemente, Valdemar Costa Neto afirmou que Lula tem “prestígio” e Bolsonaro “carisma”. Além disso, declarou que o ex-presidente é mais difícil de lidar. Jair reagiu sem citar nomes. Em um vídeo gravado no litoral do Rio de Janeiro ele criticou o aliado. “Esta semana tive um problema sério, não vou falar com quem. ‘Ó, se continuar assim, você vai implodir o partido’. Pessoa do partido dando declaração absurda. Como ‘o Lula é extremamente popular’. Manda ele vir tomar um 51 ali na esquina. Não vem”, disse Bolsonaro. 

O ex-chefe do Executivo também chegou a falar em “implosão” do partido após a fala de Costa Neto. Valdemar usou o X (antigo Twitter) para dizer que houve recorte da entrevista. “Estão me atacando usando uma fala minha sobre o Lula que está fora de contexto. A esses, deixo um recado: quem não tem lealdade e fidelidade tem vida curta na política. Sou leal ao Bolsonaro e fiel aos meus princípios. Quem me conhece sabe que minha palavra não faz curva.”

Uma fonte de Goiás ligada a Bolsonaro explica que o ex-presidente ficou chateado. “Fala esquisita. O trecho divulgado foi fora de contexto, mas foi, ainda assim, um gesto para o campo adversário. Ele também elogiou Bolsonaro, mas deu uma impressão muito forte do Lula.” 

De acordo com essa fonte, contudo, o problema foi sanado rapidamente e as conversas já ocorriam. Dessa forma, não houve interrupção das articulações em Goiás.  Ainda assim, ele ressalta que houve conflito entre o PL bolsonarista e o PL não bolsonarista. “Se gosta do Lula, porque as pessoas estão no PL, ficou o questionamento entre as pessoas”, finalizou.