Indecisão sobre distribuições de doses de vacina da dengue preocupa
As primeiras doses da Qdenga serão destinadas para adolescentes de 10 a 14 anos que moram em cidades com mais de 100 mil habitantes, segundo informou o Governo Federal
O primeiro lote de vacinas contra a dengue para aplicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi entregue ao Brasil no último sábado (20). A remessa contém 750 mil doses doadas pelo laboratório japonês Takeda, de acordo com o Ministério da Saúde (MS).
As primeiras doses da Qdenga serão destinadas para adolescentes de 10 a 14 anos que moram em cidades com mais de 100 mil habitantes, segundo informou o Governo Federal. A faixa etária concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.
A informação inicial do Ministério da Saúde foi de que seria priorizada a vacinação de crianças e jovens entre 6 e 14 anos, mas neste domingo o órgão informou que o público-alvo da primeira remessa será de indivíduos entre 10 e 14 anos.
O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina fornecidas pela farmacêutica Takeda sem cobrança ao MS. Uma segunda remessa, com 570 mil doses, deve ser entregue ao país em fevereiro. Além disso, o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024 adquirido pelo órgão – 5,2 milhões de doses – serão entregues até novembro deste ano. Como a capacidade de fabricação de doses da vacina é limitada, cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas em 2024. O imunizante precisa de duas doses, com intervalo mínimo de três meses.
As vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses.
O Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue em dezembro de 2023, o que torna o Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. A inclusão foi analisada de forma acelerada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec), que recomendou pela incorporação.
Distribuição
A distribuição para todo o país, no entanto, ainda é incerta. A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), por exemplo, informou ao jornal O Hoje que o Estado aguarda a divulgação de nota técnica do MS sobre a incorporação da vacina contra a dengue ao SUS. A SES disse também que até o momento não há nenhuma definição sobre a distribuição, estratégias de vacinação, grupos e regiões prioritárias, entre outras informações que serão dadas pelo MS.
A previsão, de acordo com o que foi divulgado pelo diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, é de que todas essas questões sejam definidas na próxima reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que está prevista para ocorrer no dia 1º de fevereiro.
Na ocasião, a lista dos municípios e as estratégias de vacinação serão informadas. A previsão é que as primeiras doses sejam aplicadas em fevereiro desde ano.