O Hoje, O melhor conteúdo online e impresso - Skip to main content

sábado, 10 de agosto de 2024
PublicidadePublicidade
Imunização

Governo Federal anuncia estratégia de vacinação contra a dengue em Goiás

Vacina será aplicada a partir de fevereiro em pessoas que residem em regiões endêmicas, em 521 municípios no Brasil

Postado em 26 de janeiro de 2024 por Vitória Bronzati
b644932a 1a8e 4ab2 9c46 7b38a0a4d2bb
Imunização é uma das ações iniciadas ainda em 2023 para enfrentamento da doença | Foto: Divulgação

Governo Federal inicia em fevereiro a aplicação de vacinas contra a dengue na população de regiões endêmicas. A ação, coordenada pelo Ministério da Saúde, vai alcançar 521 municípios. Este ano, a estratégia foca no grupo formado por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos — faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue (depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa).

As vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e com população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses.

O Ministério acordou critérios para definição dos municípios que irão receber as doses, com o Conass e Conasems — órgãos representantes de secretarias de Saúde de estados e municípios — seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Em Goiás, as nove regiões de saúde priorizadas englobam 134 municípios goianos:

Central

Goiânia; Trindade; Inhumas; Goianira; Santo Antônio de Goiás; Guapó; Anicuns; Abadia de Goiás; Araçu; Nerópolis; Petrolina de Goiás; São Francisco de Goiás; Itauçu; Santa Bárbara de Goiás; Nazário; Ouro Verde de Goiás; Itaguari; Damolândia; Avelinópolis; Taquaral de Goiás; Nova Veneza; Campestre de Goiás; Santa Rosa de Goiás; Caturaí; Brazabrantes e Jesúpolis.

Centro Sul

Aparecida de Goiânia; Senador Canedo; Orizona; Piracanjuba; Bela Vista de Goiás; Hidrolândia; Edéia; Aragoiânia; Professor Jamil; São Miguel do Passa Quatro; Bonfinópolis; Cezarina; Indiara; Varjão; Vicentinópolis; Cromínia; Silvânia; Pontalina; Edealina; Vianópolis; Leopoldo de Bulhões; Cristianópolis; Caldazinha; Jandaia e Mairipotaba.

Entorno Sul

Águas Lindas de Goiás; Luziânia; Valparaíso de Goiás; Novo Gama; Santo Antônio do Descoberto; Cidade Ocidental e Cristalina.

Entorno Norte

Formosa; Planaltina; Alto Paraíso de Goiás; São João d’Aliança; Flores de Goiás; Cabeceiras; Vila Boa e Água Fria de Goiás.

Estrada de Ferro

Catalão; Caldas Novas; Ouvidor; Pires do Rio; Ipameri; Urutaí; Corumbaíba; Campo Alegre de Goiás; Três Ranchos; Rio Quente; Goiandira; Marzagão; Santa Cruz de Goiás; Cumari; Palmelo; Davinópolis; Nova Aurora e Anhanguera.

Pirineus

Anápolis; Cocalzinho de Goiás; Campo Limpo de Goiás; Alexânia Pirenópolis; Goianápolis; Abadiânia; Corumbá de Goiás; Terezópolis de Goiás e Gameleira de Goiás.

Sudoeste I

Rio Verde; Santa Helena de Goiás; Quirinópolis; Acreúna; São Simão; Porteirão; Caçu Turvelândia; Paranaiguara; Itarumã; Maurilândia; Santo Antônio da Barra; Cachoeira Alta; Itajá; Montividiu; Aparecida do Rio Doce; Castelândia e Lagoa Santa.

Sudoeste II

Jataí; Mineiros; Serranópolis; Perolândia; Caiapônia; Doverlândia; Santa Rita do Araguaia; Chapadão do Céu; Portelândia e Aporé.

Sul

Itumbiara; Morrinhos; Goiatuba; Bom Jesus de Goiás; Joviânia; Buriti Alegre; Água Limpa; Aloândia; Panamá; Cachoeira Dourada; Inaciolândia e Gouvelândia.

Enfrentamento Contínuo

Desde 2023, a pasta da Saúde está em constante monitoramento e alerta para o aumento de casos de dengue no Brasil. Nesse cenário, a pasta coordenou uma série de ações para o enfrentamento das arboviroses, intensificou os esforços e reforçou a conscientização sobre medidas de prevenção.

A definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. A primeira remessa, com cerca de 757 mil doses, chegou ao Brasil no último sábado, 20 de janeiro.

O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. Além dessas, o Governo Federal adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses.

De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.

O Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue em dezembro de 2023. A inclusão foi analisada de forma célere pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec), que recomendou a incorporação.

Ações Estratégicas

Com o início do período das chuvas e das altas temperaturas, e diante do alerta emitido pela OMS sobre o aumento das arboviroses em razão das mudanças climáticas — somadas ao cenário nacional de reaparecimento dos sorotipos DENV-3 e DENV-4 — o Ministério da Saúde coordenou uma série de atividades preparatórias para a sazonalidade de 2024.

De acordo com o Informe Semanal das Arboviroses Urbanas do Ministério da Saúde, entre as semanas epidemiológicas 1 a 3 deste ano, foram registrados 120.874 casos prováveis e 12 óbitos por dengue. Em 2023, houve a notificação de 44.753 casos prováveis e 26 óbitos no Brasil. O documento de acompanhamento do cenário nacional foi uma das iniciativas disponibilizadas para o monitoramento estratégico.

Em novembro, como parte das ações de comunicação regionalizada, a pasta lançou novas campanhas de mobilização social, voltadas à realidade de cada região do país e peculiaridades desse cenário epidemiológico. No mês seguinte, foi instalada a Sala Nacional de Arboviroses, um espaço permanente de monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência das doenças. Com a medida, é possível direcionar as ações de vigilância de forma estratégica nas regiões mais afetadas.

Para apoiar estados e municípios nas medidas de prevenção e controle, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para todo o país, em uma ação de reforço do enfrentamento da doença.

Do valor total, R$ 111,5 milhões foram transferidos ainda em 2023, em parcela única, para fortalecer a vigilância e a contenção do Aedes aegypti — sendo R$ 39,5 milhões para estados e Distrito Federal e outros R$ 72 milhões para municípios. Além disso, haverá repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde em todo o país.

Método Wolbachia

O Ministério da Saúde também expandiu, em 2023, o método Wolbachia como estratégia adicional de controle das arboviroses. A pasta fez o repasse de R$ 30 milhões para ampliar a tecnologia em seis municípios: Uberlândia (MG), Natal (RN), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na pesquisa, que são Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ).

A iniciativa consiste na liberação de mosquitos da espécie Aedes aegypti infectados por uma bactéria intracelular do gênero Wolbachia, que apenas infecta insetos, e atua bloqueando a capacidade de transmissão dos vírus pelo mosquito.

Veja também