Morre bebê sagui resgatada após levar choque, diz o Ibama
Sagui sofria de necrose de órgãos interna
Uma família goianiense perdeu mais um parente jovem na nesta quarta-feira (31), em uma sala solitária no Centro de Triagem de Animais Silvestres de Goiânia (Cetas-Go) após cinco dias de cuidados médicos. A história da bebê sagui que sofreu um choque elétrico na manhã da terça-feira passada (24) chegou ao triste fim prematuro após a primata não resistir dos ferimentos graves provocados por ambos o choque e da queda.
Ao saber da notícia em primeira mão pela equipe de reportagem do O HOJE, a corretora Dilene Pedrosa, de 51 anos, ficou muito comovida por telefone por causa do falecimento da pequena de poucos meses de vida. “Ai nossa que triste, ainda mais depois de toda a ajuda que a gente fez por ela, mas fizemos a nossa parte”, diz a mulher com uma voz embargada. Ainda de acordo com ela, chegou a tentar entrar em contato com a equipe do Cetas-Go para saber mais sobre o estado de saúde dela, mas não houve retorno.
Similarmente, a dona de casa Socorro Pinheiro, de 67 anos, que a ajudou logo após a queda, também não sabia de sua morte mas tinha esperança de que um dia melhorasse e pudesse vê-la de novo perto de sua casa. Inclusive, comentou que visitou pessoalmente o hospital veterinário para ver o animal, para apenas ser informada que ela não estava mais lá. “Puxa vida, fiquei com esperança quando me falaram que ela já tava tomando água na mamadeira”, disse a mulher também com uma voz melancólica. “Tomara que tenha ido em paz”.
Já o médico veterinário Afonso Santana, que fez o tratamento inicial da sagui no Hospital Veterinário São Francisco de Assis, disse que recebeu boas notícias do Cetas acerca da macaca, mas que também não tinha ouvido falar de sua morte. “Nossa! A última notícia que tivemos dela foi que o Cetas falou que ela estava bem, mas com evolução lenta”, contou o homem de 29 anos, mas lembrou que o seu estado de saúde dela já era grave quando chegou à unidade de saúde veterinária coberta com um lenço em uma caixa de papelão.
Dentro disso, na reportagem inicial divulgada na quinta-feira passada (25), foi constatado pelo médico Afonso de que a primata havia sofrido traumatismo craniano encefálico pela queda, com possíveis danos cerebrais devido a presença da anisocoria, pupilas de tamanhos diferentes. Contudo, o exame mais recente da necrópsia, divulgado pelo Cetas-Go ao O HOJE, revelou que a macaca havia sofrido outros tipos de danos internos resultados da descarga elétrica inicial, diminuindo sua chance de sobrevivência.
Segundo a nota da instituição, que é gerida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), parte vital do organismo da primata foi ferido pelo acidente. “O quadro do animal foi considerado grave devido às lesões. O animal não resistiu e foi a óbito. Na necropsia foi evidenciado lesões necrosantes em fígado e intestino, além de hidronefrose bilateral (Dilatação de ambos os rins), evidência comum encontrada por choque devido a descarga elétrica”.
De acordo com uma outra matéria publicada nesta segunda-feira (29), foi divulgado que o Cetas fez o atendimento de cerca 540 primatas nos últimos quatros anos de operação, em Goiânia foram mais de 320 animais enviados à instituição, os números da espécie de sagui, também conhecidos como mico-estrelas, são de 83 pacientes atendidos. Em média, foram mais de 130 macacos da Capital enviados para o órgão todos os anos por ferimentos causados por diferentes motivos como contusão, choque, lacerações, entre outros.