O ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot, está determinado a concorrer à prefeitura de Goiânia em outubro deste ano. Como já mostrado pelo jornal O HOJE, ele tem buscado aglutinar apoio em torno de seu nome, recorrendo a todas as forças políticas possíveis na capital e também fora dela. 

O empresário liderou o município de Trindade por oito anos consecutivos. Ao longo desse tempo, transitou por diferentes grupos, de Marconi Perillo a Ronaldo Caiado. Hoje, busca apoio para seu projeto em 2024, especialmente junto ao time caiadista, a quem pertence a ‘bola da vez’. Inicialmente vinculado ao PSDB, assumiu a administração de Trindade em 2013, permanecendo no cargo até 2020 e contribuindo para a sucessão na cidade. 

Depois, Jânio se concentrou na administração de seus negócios e voltou, agora, na reta final de 2023, aos holofotes da política. Dessa vez, porém, em uma cidade diferente: a capital de Goiás, Goiânia. Ele quer ser prefeito do município e parece disposto a não medir esforços para alcançar isso. A história, aos olhos dos mais atentos, muito se assemelha a de um outro personagem relevante da cena política goianiense: Vanderlan Cardoso. 

Cardoso trilhou o caminho que Jânio, agora, parece inclinado a percorrer. O empresário é presidente estadual do Partido Social Democrático (PSD). Apesar de ter nascido em Iporá, construiu sua carreira política ‘no Canedo’. Ele foi eleito pela cidade em 2004 com 57% dos votos, reeleito em 2008 com 80% e saiu do cargo em 2010 com 96% de aprovação. 

Vanderlan é senador por Goiás, mas antes de chegar à Casa Alta tentou, por duas vezes — como Jânio promete fazer — sair vencedor da briga pela cadeira mais cobiçada da política goianiense. Não deu. Mas Vanderlan, vale destacar, teve grandes desafios nas duas vezes em que tentou superar dois grandes líderes de Goiás, quiçá do Brasil. Cardoso brigou em segundo turno com os ex-governadores Iris Rezende Machado e Maguito Vilela, respectivamente. Em 2020, contra Maguito, bateu na trave. 

E ao que tudo indica, esse é, de fato, o caminho a ser seguido por quem almeja voos ainda mais altos na política. Seria, quem sabe, uma espécie de ‘tendência natural’. Para além dos dois nomes, pode-se dizer que a mesma história se repetiria facilmente na trajetória política de Gustavo Mendanha. O político foi prefeito de Aparecida de Goiânia por dois mandatos consecutivos e queria — ou ainda quer — tomar o mesmo caminho de Vanderlan e Darrot. 

Se Mendanha pudesse, estaria na briga por Goiânia. E mais do que isso: com condições reais de vitória. Gustavo é novo, habilidoso, experiente e quisto pela população goianiense. Em um passado não muito recente figurava como favorito nas pesquisas de intenção de voto.  Ao que tudo indica, porém, não será dessa vez.

O político ainda tenta na Justiça uma autorização para concorrer em Goiânia. A lei diz que gestores reeleitos não podem disputar. A equipe jurídica do político, porém, aposta em uma brecha na Legislação sobre o seguinte argumento defendido, por sinal, pelo próprio político durante passagem pelo jornal O Hoje. 

“A partir da minha renúncia, não tendo mais o cargo de prefeito, há uma notória ausência de poder, que é o que a regra fala. Então eu já não tinha mais mandato, não tinha mais a caneta, nem condições de usar essa estrutura para me beneficiar em outro município”, argumenta.