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sexta-feira, 8 de novembro de 2024
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Ocorrências

Bombeiros de Goiás atenderam 524 ocorrências aéreas de 2022 a 2023

455 das prestações de socorro foram feitas com aviões e 69 foram atendidas com helicóptero

Postado em 5 de fevereiro de 2024 por Ronilma Pinheiro
455 das prestações de socorro foram feitas com aviões e 69 foram atendidas com helicóptero | Foto: Divulgação/CBMGO

“O senhor estava trabalhando com um motosserra e acabou cortando a artéria do braço. Se nós não tivéssemos ido ao encontro dele, muito provavelmente o seu braço teria que ser amputado”, relembra o Tenente Castro Alves, segundo piloto em comando de helicóptero no Centro de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, uma das mais de 500 ocorrências atendidas pela corporação nos últimos dois anos.

Ao todo 524 ocorrências aéreas foram realizadas pelos Bombeiros entre os anos de 2022 e 2023, sendo 455 atendimentos feitos pelos aviões e 69 ocorrências atendidas pelo helicóptero da corporação. O baixo  número de ocorrências feitas pelo helicóptero se deu pelo fato da aeronave ter ficado inoperante por um tempo devido a problemas técnicos.

Ao jornal O Hoje, o Tenente Castro Alves explica que dois tipos de aeronaves são utilizadas pela corporação para realizar os resgates aéreos, como a aeronave de asas rotativas, que é o helicóptero – também chamado de Bombeiro 01 – e as de asas fixas, que são os aviões. Cada uma delas têm uma função no serviço de resgate.

Atualmente o helicóptero atua dentro de Goiânia realizando ocorrências primárias que são aquelas onde os agentes se dirigem até o local do acidente – seja acidente de carro, desmoronamento ou em casos em que alguém teve uma parada cardíaca – tendo em vista que a vítima não consegue se locomover para sair do lugar. “Qualquer situação em que a vítima não saia do lugar, nós vamos até ela e isso chama-se de ocorrência primária”, explica.

Esse tipo de ocorrência é feita exclusivamente por helicópteros porque eles têm a capacidade de poder pousar em qualquer lugar da cidade, enquanto os aviões só podem decolar e pousar em pistas, e mesmo que elas sejam de terra, precisam ter o comprimento mínimo exigido e a largura também.

Além dos atendimentos primários, a aeronave é responsável pelas ocorrências secundárias que também são feitas dentro de Goiânia. Estas, são caracterizadas pelos atendimentos que são feitos quando a vítima já está em um ambiente controlado, como os Hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Nesses casos, muitas vezes essas pessoas precisam ir para outros hospitais que têm mais recursos, para evitar um possível óbito”, detalha.

Esse tipo de ocorrência também pode ser feita pelos aviões, dependendo da distância e se o local tem pista de pouso adequada. Para uma distância de 200 km da capital, por exemplo, geralmente o helicóptero é utilizado por ser mais veloz. “Assim, a saída dele aqui do centro é mais rápida porque o avião tem que fazer todo o procedimento de decolagem, na pista e o helicóptero a gente já decola aqui e vai”, detalha.

O limite de até 200 km se dá por causa do raio de operação do helicóptero, que possui um limite no tanque de 400 km. “Na verdade dá 530 km, mas a gente opera em 400 km por questão de segurança”, afirma. No caso do avião, faz todo o serviço de transporte secundário, só que para distâncias maiores. Além disso, os transportes de órgãos para transplante, bem como o transporte de equipes médicas que fazem a captação desses órgãos, e os tratamentos fora de domicílios, são realizados pelos aviões da corporação.

Diferença dos atendimentos terrestres

A principal diferença do atendimento aéreo para os atendimentos por terra que são feitos pelas viaturas, é o tempo gasto nas ocorrências. Existem casos em que se o paciente demorasse muito tempo para receber atendimento médico, ele poderia ter morrido, segundo o tenente. “A gente faz muito esse transporte de vítimas para distâncias maiores. Então assim, acaba sendo um ganho de tempo muito importante para a vítima”, comenta.

No geral, todos os equipamentos existentes numa ambulância também têm no avião e no helicóptero. É uma espécie de Unidade de Terapia Intensiva aérea (UTI). “ É uma ambulância que voa, e essas são ocorrências em que o tempo é fator primordial para a vítima. Então assim, aqueles 10, 15, 20 minutos que a vítima vai ganhar pra chegar até o hospital é um fator determinante”.

Castro conta que a partir do momento que alguém aciona um helicóptero para atender qualquer ocorrência na capital, em cerca de cinco minutos  os agentes juntamente com a equipe médica chegam no local. Ao todo, cinco pessoas embarcam na aeronave para atender a ocorrência, dentre médico enfermeiro, tripulante operacional e os dois pilotos. 

O tenente explica que ao receber uma ocorrência, uma avaliação é feita pelo médico plantonista para saber se o caso realmente necessita de uma aeronave. “Quando toca o telefone nós pedimos para o solicitante explicar a condição da vítima  e a gravidade do acidente, se for o caso, para o médico da equipe. Após o solicitante informar o estado de saúde da vítima e demais informações necessárias e o especialista decidir se a aeronave será enviada, a decolagem é feita.

Antes disso, também é decidido também o tipo de aeronave que irá fazer o resgate ou atendimento, dependendo do tipo de ocorrência. Nos casos de transportes de órgãos, por exemplo, pode ser feito tanto por aviões, quanto por helicópteros, variando de acordo com a distância e a peculiaridade de cada órgão.

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