Aumento de decibéis pode provocar morte de aves
Até os pets como cães e gatos não se salvam desses infortúnios
É muito comum ver os goianienses em bares e distribuidoras durante a noite na Capital, seja em uma noite de sexta-feira ou no raiar de segunda-feira prestes a tocar despertador, pode se até dizer que é uma reputação a ser mantida. Afinal, ambos são um ponto de encontro comum entre os grupos de amigos, colegas de trabalho e até de encontros de potenciais casais.
Contudo, o grande lema da “moderação” nestes locais serve tanto para o consumo das bebidas alcoólicas quanto ao potencial barulho a ser feito nessas reuniões, pois os efeitos prejudiciais dela podem ser sentidos na saúde além dos humanos.
Isso porque, houve uma mudança do novo Código de Postura da Capital que permitiu o aumento do barulho produzido por bares e eventos culturais, de 55 para 80 decibéis (DB), um aumento de 45% comparado ao anterior. Contudo, tal decisão não foi pensada com base na vasta biodiversidade que reside na Capital, como diz o biólogo João Cicatelli, para a reportagem do O Hoje. De acordo com ele, tal decisão pode comprometer toda a cadeia alimentar dos animais silvestres da cidade.
Para ele, o constante e alto barulho causa problemas de saúde em animais similares aos dos seres humanos, como insônia, problemas de coração e estresse, esses fatores podem acelerar a degradação do bem-estar. Neste caso, até os pets como cães e gatos não se salvam desses infortúnios.
Muito pelo motivo é de que os animais dependem ainda mais do som para necessidades básicas se comparado aos seres humanos como a vocalização para a reprodução, como nos cantos das aves e a localização na ecolocalização, como as linhas laterais nos peixes.
Segundo ele, pode vir a ser um fator de risco para várias espécies da cidade como os papagaios e as cigarras. “Foi um salto muito grande na permissão, para você ter uma noção, acima de 75 db já é considerado prejudicial para os seres humanos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e muitos animais possuem a audição mais sensível que isso”, diz o especialista
Por causa disso, João frisa na necessidade da reconsideração da lei, pois os efeitos negativos de uma biodiversidade desbalanceada podem ser sentidos pela população em longo prazo. “Se tivermos perdas de insetos, como no caso das cigarras, teremos menos aves na cidade e por causa disso podemos ter mais casos de ataques de escorpiões, por exemplo”.
Em nota, a Prefeitura de Goiânia esclarece que o Código de Postura mantém como meta a preservação do ambiente urbano bem como a saúde e o bem estar da comunidade.