O projeto de reeleição do prefeito Vilmar Mariano, o Vilmarzinho, do MDB, não poderia ganhar um empurrão maior do que o aceno mais contundente com resultado quase certo: o das Assembleias de Deus.

Ocorreu na noite desta segunda-feira (5) o Culto de Ação de Graças a Aparecida (ao município, claro) que, a princípio, seria comandado pelo bispo Oídes do Carmo no Anfiteatro Municipal Cantor Leandro, que fica na Rua Louvre, no setor Residencial Solar Central Park, na região central de Aparecida. 

Oídes não compareceu, mas mandou um vídeo. O culto foi celebrado pelo pastor Romeu Ivo, do Ministério Esperança. Outro gigante da igreja.

O evento arrastou ao Anfiteatro uma multidão de evangélicos, de membros a pastores, além, claro, de vereadores, secretários e o próprio Vilmar Mariano. Não atraiu, no entanto,  talvez, o evangélico mais importante do staff político da igreja na cidade: Gustavo Mendanha.  

O ex-prefeito e, quiçá, o mais indispensável cabo eleitoral de Vilmarzinho cumpria, na hora do culto, agenda na capital. 

A ausência não poderia fazer maior barulho. Embora esteja com a relação reconhecidamente estremecida com Vilmarzinho, Mendanha ainda é um dos maiores fiadores do projeto do grupo. Sobretudo porque Vilmar é, indiscutivelmente, o nome do Palácio das Esmeraldas na segunda cidade mais importante do estado. Com Ronaldo Caiado e Daniel Vilela apostando todas as fichas.

E é neste contexto que o bispo Oídes, com toda influência sobre o eleitorado pentestecostal, apareceu, mesmo que em vídeo, no evento na cidade onde o grupo de Caiado parece não ter encontrado o prumo. Por enquanto. 

Bom ressaltar que o irmão do bispo Oídes, o ex-senador Eurípides do Carmo, atualmente comanda GoiásFomento. Presidente do Podemos estadual, Eurípides filiou o ex-deputado federal João Campos, cuja trajetória é umbilicalmente ligada à igreja e, como tem sido dito nos bastidores, pode se colocar, pelo menos, como pré-candidato à prefeitura de Aparecida. João Campos estava no evento. Até discursou.

O evento acena, e muito, ao Vilmarzinho. E pode significar que evangélicos, por definitivo, não devem caminhar com, até agora, o candidato do PL de Bolsonaro à disputa na cidade, o deputado federal Professor Alcides.