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sábado, 21 de dezembro de 2024
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Deflação

Preços de passagens aéreas caem 15% em janeiro após picos no fim de 2023

Entre os motivos para os aumentos destacam-se a alta demanda e o encarecimento do querosene de aviação

Postado em 15 de fevereiro de 2024 por Ícaro Gonçalves
Em novembro

Quem viajou de avião nos meses de novembro e dezembro de 2023 sentiu no bolso o peso dos aumentos das passagens aéreas. O alívio, porém, veio em janeiro, com deflação de 15,22% nos preços apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na última semana pelo IBGE.

Em novembro, o valor médio das passagens para as viagens domésticas, ou seja, dentro do território nacional, ficou em R$ 702,70, o maior valor para o mês desde 2008. Os dados constam nos registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O alto valor foi atingido após sucessivos aumentos desde maio. Naquele mês, as passagens das principais companhias aéreas eram negociadas a, em média, R$ 541,93. Em agosto já estava em R$ 654,17, atingiu os R$ 751,56 em setembro e teve ligeira queda nos três últimos meses de 2023. A variação de maio a setembro representou salto de 38% em apenas quatro meses.

Entre as explicações apresentadas pelas companhias aéreas para os aumentos do último ano, destacam-se a alta demanda e o encarecimento de custos por efeitos externos, como a oscilação do câmbio do dólar e o preço do querosene de aviação. Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), informou que os preços seguiram movimento semelhante ao dos demais mercados em todo o mundo.

“Considerando a série histórica da Anac, fica claro que a tarifa média acompanha os efeitos externos, dado que a aviação é um setor fortemente afetado pelo câmbio do dólar, que representa 60% dos custos de uma companhia aérea, e pelo combustível que representa 40%. A tarifa média doméstica em 2023, de janeiro a setembro, teve alta de 14% em relação a 2019 (ano pré-pandemia). Já o querosene de aviação (QAV), na mesma comparação, subiu 86%”, informou a Associação.

“Em todo o mundo, as companhias aéreas ainda buscam neutralizar os impactos gerados pela maior crise de sua história (pandemia de covid-19). Nos Estados Unidos, por exemplo, a tarifa aérea média do segundo trimestre de 2023 segue 10% acima do mesmo período em 2019. Enquanto isso, no Brasil, o valor médio dos bilhetes não teve aumento. Estudo da empresa de análise de aviação Cirium revela que os preços médios dos bilhetes para centenas das rotas mais populares do mundo aumentaram 27,4% desde o início de 2022”, finaliza.

Mesmo com os preços elevados, a movimentação de turistas no País não apresentou queda considerável. Os dados da Anac mostram que entre outubro e dezembro, a média mensal de passageiros em voos domésticos foi de 7,59 milhões, não muito distante dos 7,92 milhões registrados nos três meses anteriores. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o setor de turismo deva faturar R$ 169 bilhões entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024 – uma alta real de 11% em relação ao mesmo período do ano passado.

Novas medidas

Em dezembro, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, se reuniu com representantes das companhias aéreas para discutir alternativas para conter a escalada de preços e ampliar o transporte aéreo aos brasileiros. Entre as principais medidas apresentadas pelas companhias estão: valores mais acessíveis para bilhetes comprados com até 14 dias de antecedência da data da viagem, inclusão de serviços de remarcação sem cobrança de taxa adicional, oferta de tarifas mais acessíveis para compras feitas em determinados dias da semana; aumento no número de oferta de voos e ampliação da frota aérea.

“Por orientação do presidente Lula, a gente tem buscado alternativas para que possa diminuir o custo da passagem aérea e, automaticamente, soluções que possam fortalecer mais o consumidor final. Para termos preços mais acessíveis aos brasileiros, é necessário um esforço coletivo e um diálogo constante. Estamos no caminho certo e esperamos que mais brasileiros possam viajar nos próximos meses”, completou Costa Filho.

Em nota, a Abear reconheceu o esforço empreendido pelo Governo Federal e afirmou que seguirá em contato permanente para uma agenda para o mercado de transporte aéreo. “Estão em pauta medidas de curto, médio e longo prazo, como a utilização do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) como garantia para linhas de crédito para as empresas, além de políticas que visem a redução do preço do querosene de aviação (QAV)”, informou.

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