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sábado, 23 de novembro de 2024
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Caiado x Bolsonaro

Aliados negam ressentimento entre ele Caiado e Bolsonaro

Mesmo com diferenças, eles têm admiração um pelo outro, garante Delegado Waldir

Postado em 19 de fevereiro de 2024 por Francisco Costa
Mesmo com diferenças

Aliados do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) veem como sem fundamento a informação de que o gestor tenha busca o PL para se filiar. Da mesma forma, não creem que exista ressentimento por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação ao goiano.

Na última semana, coluna de Bela Megale, em O Globo, apontou que existe ressentimento por parte do ex-mandatário do País, que poderia, inclusive, impedir o apoio a Caiado em 2026. O governado de Goiás é pré-candidato à presidência.

De acordo com ela, o ex-presidente já disse a aliados que Caiado é um “traidor”. O motivo seria a postura não negacionista do governador de Goiás na pandemia da Covid-19. À época, o chefe do Executivo goiano defendeu a vacinação e o isolamento social.

Delegado Waldir é vice-presidente do União Brasil e também foi próximo de Bolsonaro, no passado – sendo, até mesmo, líder do PSL na Câmara, quando o ex-presidente era filiado do partido. Segundo ele, “quanto a um possível desentendimento entre eles, eu não acredito. Bolsonaro esteve aqui [Goiânia], se hospedou no Palácio [das Esmeraldas] com o governador Ronaldo Caiado”.

Ele argumenta, também, que Caiado e Bolsonaro estiveram juntos em praticamente todos os eventos do ex-presidente em Goiás. “Ambos têm admiração um pelo outro. Com suas diferenças. O governador Ronaldo Caiado tem, como eu também tenho, por exemplo, em relação à vacina [contra a Covid], em relação à democracia…”

Sobre a questão do PL, Waldir vê dificuldade. Ele afirma que o União Brasil é um dos maiores partidos do País e o governador tem a confiança da legenda. “Não vejo fundamento, porque o governador Ronaldo Caiado não fez nenhum movimento com essa finalidade [de deixar o União Brasil].”

Interesse ou proximidade

Seja por interesse ou, pelo menos, para mostrar que tudo vai bem, o Caiado confirmou sua presença na manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, marcada para o próximo dia 25 na Avenida Paulista, em São Paulo. Em declaração à Coluna do Estadão, o governador afirmou que estará presente como aliado político, destacando que o objetivo do ato é oferecer uma oportunidade para que Bolsonaro expresse seus argumentos, em meio às investigações conduzidas pela Polícia Federal.

“Não é um movimento contra ninguém, como o próprio Bolsonaro fez questão de ressaltar em seu chamamento. Ele quer uma oportunidade para falar ao Brasil e eu estarei ao lado dele”, reforçou Caiado, que não nega buscar o apoio de Bolsonaro para sua possível candidatura ao Planalto em 2026.

A convocação para o ato na Avenida Paulista partiu do próprio Bolsonaro, poucos dias após uma operação da Polícia Federal que o investiga, juntamente com seus aliados, por uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

E se ocorreu o veto?

O professor e cientista político, Marcos Marinho, diz que é preciso entender a real expectativa de Bolsonaro. Para ele, vetar a entrada de Caiado em um momento de exposição positiva do governador só faria sentido para evitar um concorrente direto, mas o ex-presidente está inelegível.

“Ou ele acredita de fato que há a possibilidade de reversão – o que é pouco provável –, ou ele quer deixar o vácuo, acreditando este permanecerá e, um dia, ele reagir”, analisa. Segundo Marinho, o “bolsonarismo” vai além de Bolsonaro e os atores políticos têm interesse em manter um movimento de polarização da direita com a esquerda.

Nesse sentido, o professor pensa que Bolsonaro poderá rever. “Vai acabar tendo que se dobrar ao próprio sistema, porque, senão, ele vai ficar fora de vez do sistema”, avalia.

É preciso ressaltar que os analistas apostam que Caiado ainda pode se viabilizar como representante da direita moderada, independente do suposto veto. Segundo fontes ouvidas pelo Jornal O Hoje, o bolsonarismo seria uma parcela minoritária dentro do espectro político. Com isso, o governador de Goiás conseguiria atingir esses grupos. Ele, inclusive, articula escritório político em São Paulo, para ter interlocução com o empresariado, além de outros em Brasília e Alagoas. No agronegócio, ele já teria um bom trânsito, apesar de “ruídos” por conta da taxa do agro.

Waldir também teve desentendimento com Bolsonaro

No fim de 2019, Delegado Waldir e Bolsonaro se desentenderam. Em outubro, o então presidente articulou para o filho Eduardo Bolsonaro assumir a liderança no PSL na Câmara, no lugar do goiano.

Um áudio de Waldir vazou, naquele momento. À época, o parlamentar por Goiás disse que tinha conversas que poderiam implodir o presidente e lembrava que tinha sido “o cara mais fiel” a ele. Tempos depois eles se encontraram e deixaram, oficialmente, os ressentimentos para trás.

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