Polícia Federal intima Bolsonaro a depor sobre tentativa de golpe
A oitiva está marcada para esta quinta-feira (22), como parte das diligências da operação ‘Tempus Veritatis’, deflagrada em fevereiro deste ano
A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a prestar depoimento no âmbito das investigações sobre a suposta participação dele e de seus principais aliados em uma tentativa de golpe de Estado. A oitiva está marcada para esta quinta-feira (22), como parte das diligências da operação ‘Tempus Veritatis’, deflagrada em fevereiro deste ano.
Conforme informações obtidas pela PF, a intimação se refere à descoberta de elementos que colocam Bolsonaro no centro da trama golpista, incluindo gravações de reuniões e documentos encontrados tanto em dispositivos eletrônicos quanto em locais físicos ligados ao ex-presidente.
A defesa de Bolsonaro confirmou a intimação e afirmou que seus advogados tomarão todas as medidas necessárias. Segundo Fabio Wajngarten, porta-voz da defesa, o objetivo é garantir que Bolsonaro tenha todos os meios para se defender das acusações.
“Seus advogados tomarão as devidas providências a fim de assegurar ao [ex-]presidente toda a ampla defesa prevista constitucionalmente”, disse Fabio nas redes sociais.
Entre os elementos que levaram à intimação de Bolsonaro, estão gravações de reuniões nas quais o ex-presidente faz menções a estratégias para evitar uma eventual derrota nas eleições de 2022. Em uma dessas reuniões, realizada em julho de 2022, Bolsonaro teria discutido a necessidade de acionar um “plano B” caso ele não conseguisse se reeleger. Além disso, documentos encontrados no gabinete de Bolsonaro na sede do PL sugerem a elaboração de um plano golpista, incluindo a decretação de estado de sítio e a imposição da garantia da lei e da ordem.
A operação ‘Tempus Veritatis’ resultou na prisão preventiva de quatro pessoas ligadas a Bolsonaro, incluindo ex-assessores e militares. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também foi alvo de busca e acabou detido por porte ilegal de arma, mas posteriormente obteve liberdade provisória. Além disso, a investigação envolveu diligências contra importantes figuras do governo, como os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Paulo Sergio Nogueira, ex-ministros de Bolsonaro.