Cada vez mais próxima, a eleição municipal deste ano movimenta o cenário político goianiense. Cada um dos prováveis nomes da disputa articulam aqui e acolá em busca de uma ‘arrancada forte’ na corrida que se inicia em poucos meses. Uma personagem importante desse processo, no entanto, parece esquecida: trata-se de Ana Paula Rezende (MDB), filha do ex-governador Iris Rezende Machado, que anunciou precocemente que não disputaria a prefeitura da capital. 

De lá para cá, pouco se falou no nome de Ana Paula. Estratégico? Sim. Especialmente diante de uma declaração exclusiva vinda de uma fonte palaciana que não titubeia ao informar que, em breve, ela será ungida como o grande nome de Ronaldo Caiado (UB) na disputa pela capital. 

A fonte foi além ao cravar que o nome até então mais próximo de ser “consagrado” — leia-se Jânio Darrot (MDB) — é carta fora do baralho. Jânio foi, na visão do interlocutor, nada mais nada menos que um “balão de ensaio”. Em outras palavras, alguém alçado com o objetivo de desviar o foco do “real nome”. “O governador tem esse nome guardado (Ana Paula). O nome que a partir do momento em que for lançado já arranca com grandes chances de vitória”, completou. 

Questionado se seria possível trabalhar o nome de Ana Paula tão perto da disputa municipal, a fonte explicou que é melhor articular em um curto espaço de tempo do que anunciá-la com antecedência suficiente para ser “fritada” pelos opositores. Questionado sobre a data de anúncio, o interlocutor disse que ninguém sabe afirmar com precisão. “É uma decisão do governador” que deve, por motivos estratégicos, segurar ao máximo. 

Em agosto de 2023, vale lembrar, Ana Paula anunciou que não disputaria. Em publicação nas redes sociais, a filha de Iris Rezende considerou não ser o momento de buscar uma “continuidade ao legado do pai”.

“Após um tempo de profunda reflexão tomei a decisão de não apresentar meu nome como pré-candidata a prefeita nesta eleição. Agradeço ao vice-governador e presidente do MDB, Daniel Vilela, que abriu as portas do nosso partido e que sempre foi muito cuidadoso comigo. Agradeço também ao governador Ronaldo Caiado, por ter a certeza de que estaria ao meu lado se levasse adiante uma candidatura”, disse.

A decisão, à época, foi tratada como ‘esperada’. Como noticiado pelo O Hoje dias antes, a indefinição de Ana Paula já causava desconforto em alguns companheiros de partido. Uma fonte informou à reportagem que a ausência da emedebista no ato de filiação do prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, ao MDB passava a mensagem de “desinteresse”. 

Outra tacada

Um outro detalhe importante passa pelo nome do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (PRD). Apesar de ter declarado publicamente seu apoio à candidatura de Darrot, Mendanha é visto pela base governista como uma alternativa a ser considerada. Ele tenta, como já mostrado pelo O HOJE, um aval jurídico para concorrer na capital — atualmente ele está impedido por ter sido reeleito em Aparecida no ano de 2020. 

Questionado como ficaria a situação, caso Gustavo conseguisse se viabilizar na disputa, a mesma fonte não hesitou em cravar: “Só nesse caso a Ana Paula não seria a candidata. Se o Mendanha conseguir, ele será nosso nome natural. É uma questão já pacificada, inclusive”.