Com aumento de fatalidades, Detran investe em políticas públicas para diminuição no limite da velocidade
Número de mortes no carnaval de 2024 quase dobrou se comparado com o ano de 2023
A vida de três jovens goianos foi abruptamente encerrada na noite deste sábado (17) pós-carnaval na rodovia GO-426 que liga os municípios de Santa Rosa de Goiás com a cidade de Inhumas, na região central do estado. Os jovens Álvaro Honorato Veiga, Cauã Santiago Gomes dos Santos e Thiago Henrique Alves e mais uma pessoa cujo nome não foi divulgado estavam dirigindo em duas motocicletas com duas pessoas em cada veículo em rumo a Inhumas.
Segundo informações da Polícia Militar de Goiás (PM-GO), os dois veículos colidiram com a traseira de uma carreta estacionada na via, causando a morte dos três amigos e o ferimentos grave de outro que foi levado para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Ao O Hoje pelo Hugol em nota, o homem segue ainda com quadro geral grave de saúde por queimaduras de terceiro grau e respira com ajuda de aparelhos.
Em respostas às autoridades, o dono do caminhão informou que dava ré para entrar em um acesso a uma fazenda na região onde iria descarregar a carga, contudo, colidiu com as duas motos na traseira do veículo. Uma das motos ficou presa embaixo da carreta e entrou em combustão, enquanto a outra parou desfigurada no acostamento. Ainda segundo os policiais, o motorista da carreta fez o teste do bafômetro que deu negativo, e por isso foi liberado após os questionamentos.
Os três jovens de Santa Rosa de Goiás não foram os únicos a perder a vida neste fim de semana pós-carnaval. Em entrevista para o jornal O Hoje, o titular do Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO), Delegado Waldir Soares, relatou que houve mais uma morte por motivo de embriaguez ao volante. Enquanto isso, disse que até o fim de semana houve outras 37 mortes nas vias urbanas e estaduais, um aumento porcentual maior que 100% se comparado com o mesmo período no ano de 2023 de 21 fatalidades.
Inclusive, conta que este aumento das mortes é motivo de preocupação para o departamento e que como resposta deve aumentar a fiscalização para todo o estado para diminuir o registros, em específico, para os crimes de direção acima da velocidade permitida pela Lei. Por causa disso, diz que iniciarão novas campanhas educativas para posteriormente reforçar ainda mais a fiscalização, caso não haja diminuição.
“Os motoristas goianos são muito displicentes, então o nosso objetivo dessas campanhas é induzir o motorista para tirar o pé do acelerador e fazê-lo pensar na própria vida e na dos outros”, afirma o titular.
Com isso disse que surgiu a nova fase da Campanha Vira Virou que colocou cruzes nos carros capotados ao redor da capital para atingir os motoristas que trafegam acima da velocidade. “Nos inspiramos em campanhas de outros países que afetam os condutores, então quando o condutor vê que uma cruz no asfalto, ou no acostamento, ele tende a reduzir a velocidade (pelo impacto psicológico)”.
Contudo, o quantitativo total de acidentes de trânsito foi menor, com apenas 497 contra 719 acidentes registrados no período do carnaval de 2023. De acordo com o titular, vê essa diminuição como uma resposta direta às campanhas educacionais de feitas pela pasta neste início de 2024 como a Operação Vira Virou. Sobre isso, o governo de Goiás afirmou a autuação de 6 mil pessoas na Região Metropolitana de Goiânia.
“Tivemos um bom retorno das operações que fizemos com repercussão a nível nacional. Porém a quantidade de mortes no trânsito está subindo, enquanto as mortes por armas de fogo estão diminuindo, então temos muito trabalho a se fazer para diminuir os dois”.
Como explicação, contou que os maiores casos de autuações flagrados em Goiás foram por parte da direção acima do limite da velocidade, seguidos de embriaguez ao volante, esses dois fatores podem aumentar muito as chances de mortes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quando um pedestre é atropelado numa velocidade acima de 60 quilômetros por hora (km/h) há uma chance de 98% de fatalidade, enquanto a 40 km/h cai apenas para 35%.