Polícia Federal marca depoimentos simultâneos de investigados pela Operação Tempus Veritatis
O ex-presidente Jair Bolsonaro está entre os cinco alvos que serão ouvidos na quinta feira (22/2)
A Polícia Federal (PF) utilizará a estratégia de depoimentos simultâneos na operação Tempus Veritatis, que investiga suposto planejamento de golpe de Estado. O objetivo é que os investigados sejam impedidos de combinar versões entre si.
Na quinta-feira (22/2), cinco depoimentos acontecerão às 14h30 — o do ex-presidente Jair Bolsonaro; o de Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais de Bolsonaro; o de Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor; o de Bernardo Romão Corrêa, coronel do Exército; e, finalmente, Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
Defesa de Bolsonaro
Na última segunda-feira (19/2), a defesa de Jair Bolsonaro solicitou, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o adiamento de seu depoimento. A motivação seria a falta de acesso aos autos. Na petição, a defesa assegura que o ex-presidente ficará em silêncio. “(…) opta por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que seja garantido o acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos, sem abrir mão, por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno”, diz o texto.
Ademais, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou o pedido. Segundo documento, os advogados teriam, sim, acesso às provas e diligências do processo. Além disso, Moraes afirma que não caberia a nenhuma das partes escolher “data e horário” dos depoimentos. “Dessa maneira, será o investigado quem escolherá o ‘direito de falar no momento adequado’ ou o ‘direito ao silêncio parcial ou total; mas não é o investigado que decidirá prévia e genericamente pela possibilidade ou não da realização de atos procedimentais ou processuais, durante a investigação criminal ou a instrução processual penal”, aponta ele.
Outros investigados
Além dos cinco citados, outros ouvidos pela investigação serão: Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Mário Fernandes, ex-chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República; Walter Braga Netto, ex-ministro chefe da Casa Civil; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Tercio Arnauld, ex-assessor de Jair Bolsonaro; e, finalmente, Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército.