“Podemos fazer dobradinha”, diz Vanderlan sobre Izaura na disputa em Senador Canedo
“Não há no rol de inelegibilidade constitucional ou infralegal dispositivo que impeça cônjuge de disputar eleições em municípios distintos ou limítrofes”, esclarece o advogado Danúbio Remy
Esposa do senador Vanderlan Cardoso (PSD), Izaura Cardoso deixou o PL e se filiou ao PSD e vai assumir o PSD Mulher. A suplente de Wilder Morais (PL) no Senado é pré-candidata à prefeitura de Senador Canedo, assim como o marido é pré-candidato ao paço de Goiânia.
A informação foi confirmada pelo próprio senador Vanderlan Cardoso ao Jornal O Hoje. “Existe a possibilidade dela disputar e vamos definir em março. Podemos fazer dobradinha”, garante o congressista goiano. O senador também afirma que a pré-candidatura dele caminha para se consolidar. “Está indo muito bem. Em todas as pesquisas, minha rejeição é das menores.”
Ele também classifica como “estratégia” a tentativa de colocar o nome dele ao da pré-candidata do PT, Adriana Accorsi. As informações seriam de que eles comporiam na capital. “Essa estratégia não está colando. Se querem colar para desgastar, não está dando certo. Até porque, Adriana também está bem nas pesquisas”, analisa o senador.
E pode?
Sobre Vanderlan disputar Goiânia e a esposa dele, Izaura Cardoso, concorrer em Senador Canedo fica a dúvida. A lei permite? A resposta é sim, conforme o advogado eleitoral Danúbio Remy.
“Não há no rol de inelegibilidade constitucional ou infralegal dispositivo que impeça cônjuge de disputar eleições em municípios distintos ou limítrofes”, esclarece. “Administrativamente é controverso uma prefeita de um município ser primeira dama de outro: mas não há qualquer impedimento legal”, reforça.
“O que causa estranheza é um possuir domicílio eleitoral em município diferente, como se morassem em casas diferentes”, emenda. De acordo com ele, contudo, a lei permite outras fontes de comprovação de domicílio eleitoral.
PSD quer manter a hegemonia
O PSD é o partido com o maior número de prefeitos no País. A legenda saiu de 660 gestores eleitos em 2020 para 968 filiados em 2023 – ou seja, eles migraram ainda antes do próximo pleito. O levantamento foi feito no fim do ano passado pelo Poder360.
Vanderlan é aposta da legenda na capital. O político, que já administrou Senador Canedo, nunca negou o desejo de gerir Goiânia. Ele, inclusive, já disputou o cargo em duas ocasiões, chegando ao segundo turno contra Iris Rezende (MDB) e Maguito Vilela (MDB). Conseguir emplacar a esposa na cidade vizinha seria mais uma vitória para manutenção da hegemonia do partido.
Mas ainda sobre o levantamento, o segundo maior partido em chefes do Executivo municipal é o MDB. Antes primeiro colocado, com 799 eleitos em 2020, neste ano a legenda alcançou 838 nomes. Mesmo com crescimento, não foi possível para a legenda do vice-governador Daniel Vilela superar o PSD.
Em terceiro lugar, o PP saiu de 701 prefeitos para 712. Quem surge na quarta posição é o União Brasil, formado da fusão do DEM com o PSL, que chegou a 564 gestores em 2023. Na sequência, vem o PL, que cresceu de 348 para 371, e o PSDB, que caiu de 531 para 344. PSB foi de 259 para 289, PDT desceu de 328 para 258, Republicanos de 216 para 257 e PT de 182 para 227.
Completam a lista com os números de 2023: Podemos (161), PRD (128), Avante (124), Solidariedade (88), Cidadania (72), PCdoB (40), PV (18), PMN (12), Novo (7), Rede (5), PSOL (3), PRTB (2), DC (1) e PMB (1). O Agir elegeu 1 em 2020, mas perdeu esse prefeito no caminho até este ano. Outros 75 estão sem partido.