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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Cirurgia

Ameaçado de extinção, Lobo-guará sobrevive a atropelamento e passa por cirurgias

O lobo se trata de uma fêmea adulta de mais de um metro de comprimento e mais de 20 quilos de peso

Postado em 24 de fevereiro de 2024 por João Reynol
A equipe médica veterinária do Cetas-Go disse que foi necessário uma intervenção cirúrgica de reparação após os ossos da loba não terem melhorado | Foto: Leandro Braz/O HOje

O lobo-guará é um símbolo da savana brasileira, também conhecido como o bioma do cerrado, é o maior canídeo da América do Sul e na atualidade é um ícone nacional presente no rol da cédula de R$ 200, contudo, com uma certa raridade ao encontrar ela no bolso do cidadão, assim como o bicho que amplamente vive no cerrado goiano. Porém, o animal pode aparecer em momentos e locais considerados desafortunados como nas estradas interestaduais de Goiás durante os picos das muitas travessias de carros e caminhões que percorrem elas. 

Neste caso, ocorreu uma tragédia no dia 02 de novembro de 2023 em que um Lobo-Guará adulto foi atropelado na BR-158 nas proximidades do município de Paranaíba, na divisa sul de Goiás (GO) com Mato Grosso do Sul (MS). Segundo Rodrigo Teixeira, Analista Ambiental do Cetas, o animal foi resgatado pela Polícia Ambiental do Município de Cassilândia de MS com relatada fraturas nos membros inferiores, depois da constatação, foi encaminhado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Goiânia (Cetas-Go) pelo tratamento de alta complexidade. 

O lobo se trata de uma fêmea adulta de mais de um metro de comprimento e mais de 20 quilos de peso, já a espécie, Chrysocyon brachyurus, pode ser encontrada em todos os estados que tiverem o cerrado como bioma nativo. Além disso, podem também ocorrer em pradarias de outros países de outros países na Bolívia e na Argentina.

Segundo Rodrigo, a equipe médica veterinária do Cetas-Go disse que foi necessário uma intervenção cirúrgica de reparação após os ossos da loba não terem melhorado como o esperado. Por causa disso, possui quatro placas de titânio e estacas de metal em duas das quatro patas para ter assistência na reparação óssea.

Contudo, ela desenvolveu um quadro de rejeição pós-cirúrgico na pata dianteira direita e teve de ser enviada para o Hospital Veterinário São Francisco de Assis nesta terça-feira (20) para futuros tratamentos médicos sob os cuidados do doutor Thiago Lourenço. Segundo o veterinário, o acidente em que a loba se envolveu foi “feio” devido à gravidade das fraturas, e atualmente repousa na unidade veterinária devido à remoção de duas das placas na pata direita da dianteira.

Com isso, disse que por enquanto o estado da canídea é saudável e deve ficar no hospital por mais alguns dias até que possa ser enviada novamente ao Cetas, contudo, disse depende muito da loba para a evolução dos ferimentos na pata mais judiada. Ainda falou que caso tenha uma boa recuperação é esperado que melhore para que possa voltar ao habitat natural após quatro meses de tratamentos hospitalares.

A reportagem, Thiago disse que o seu trabalho cirúrgico em animais silvestres é feito em parceria com o Cetas e que possui especialização cirúrgica e veterinária para tais operações. “Temos um trabalho social junto ao Cetas de Goiânia e recebemos alguns pacientes (que são animais silvestres) que necessitam de um procedimento cirúrgico caso não tenham disponibilidade na matriz”, disse o médico.

Ainda de acordo com o Analista do Cetas, este tipo de acidente nas estradas interestaduais são usuais pela quantidade de veículos que transitam por elas e, de vez em quando, pela falta de atenção de certos condutores. “Todos os anos, mais de 2 milhões de animais de grande e médio porte morrem atropelados nas estradas ao redor do País”, disse Rodrigo.

 Ainda sobre isso, há muito o que se pode fazer para garantir a segurança da fauna em meio aos veículos nas estradas, de acordo com ele, o mais importante para alertar os condutores são as sinalizações de trânsito de animais silvestres, criação de passagem aérea e subterrânea para a fauna percorrer com segurança e iluminação nas vias. Contudo, disse que depende da colaboração do motorista de reduzir a velocidade em áreas com presença de animais. (Especial para O Hoje)

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