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domingo, 22 de dezembro de 2024
Tecnologia

Impressão 3D de coração ajuda em cirurgias cardíacas no Hugol

Os procedimentos são feitos em parceria entre o Laboratório de Ideias, Prototipagem e Empreendedorismo da Universidade Federal de Goiás (IPElab/UFG) e o hospital

Postado em 24 de fevereiro de 2024 por Ronilma Pinheiro
A impressão feita em tamanho real

Uma parceria entre o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e o Laboratório de Ideias, Prototipagem e Empreendedorismo da Universidade Federal de Goiás (IPElab/UFG), terminou em um projeto inédito no Estado, a primeira impressão tridimensional de um coração real. 

As impressões foram utilizadas para definir o tipo de cirurgia que seria realizada no coração de um paciente pediátrico, uma criança recém – nascida de apenas 13 dias de nascida, que possuía duas  cardiopatias congênitas – doença em que há anormalidade na função ou estrutura do coração desde o nascimento do bebê. A intenção das impressões é  garantir a segurança e o bem-estar do paciente. 

A impressão é produzida a partir de exames de imagem do coração do paciente e apresenta uma réplica uma réplica exata do coração do indivíduo, tanto em relação ao peso quanto à anatomia. “A gente pegou a criancinha, colocou no tomógrafo para fazer o exame de imagem, através do exame de imagem feito no tomógrafo, essas imagens foram enviadas pra UFG e aí lá eles conseguiram imprimir a réplica exata do coração dela”, explica a Médica especialista em imagem de cardiopatia congênita do Hugol, Mayra Barreto, responsável pela realização dos exames e por ter conseguido o apoio para realização das impressões. O procedimento foi realizado gratuitamente pelo IPElab/UFG.

“Só foi possível realizar a impressão do coração de forma tão precisa graças a tecnologia em exames de imagem que temos aqui no Hugol. Nosso tomógrafo já era muito bom, agora com a aquisição de dois novos tomógrafos ainda mais tecnológicos”, contou, ao afirmar que a unidade de saúde não fica ‘atrás’ de outros hospitais da rede particular.

No caso raro e de grande complexidade da criança recém-nascida a impressão em 3D foi fundamental para auxiliar a equipe médica no planejamento pré-operatório. A especialista destacou que a réplica exata do coração do paciente, permite que a equipe médica explore todas as possibilidades e trace o melhor caminho para o procedimento.

O Hugol, referência no tratamento de cardiopatia congênita, já realizou 388 procedimentos, desde a abertura do serviço em 2020, a maioria deles foram cirurgias de casos raros e de alta complexidade. O hospital  possui dez leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) pediátricas exclusivas para essa causa. O Hugol investe constantemente em tecnologia para otimizar e aprimorar as abordagens, trazendo benefícios aos pacientes e usuários da unidade.

De acordo com Barreto, o hospital recebe diversos casos de alterações cardíacas. “Hoje, para você ter uma noção, nós podemos ter catalogadas quase 4 mil alterações cardíacas possíveis, das mais simples às mais complexas”, pontua.

Apesar do procedimento ter sido realizado numa criança, os primeiros testes foram feitos em adultos, de acordo com a médica. De forma geral, as impressões são indicadas para pacientes que apresentam casos raros, que geram dúvidas na abordagem do cirurgião ou hemodinamicista no planejamento do tratamento do paciente. Desse modo, a ferramenta não é utilizada em todos os pacientes, nos casos mais simples não há essa necessidade.

“Com a impressão 3D em mãos, tanto o cirurgião cardíaco quanto o hemodinamicista são capazes de antever e de planejar todo o procedimento cirúrgico”, afirma. Com a ferramenta, é possível minimizar o tempo de duração do procedimento, planejar qual é o melhor material e o mais adequado para aquela situação, incluindo o  peso e tamanho do coração. “Com isso você vai diminuir o tempo e melhorar a recuperação do paciente no pós-operatório tanto imediato quanto a longo prazo”, destaca.

A parceria do Hugol com o IPElab/UFG para novas impressões já foi firmada, porém, a médica reitera que a ferramenta deve ser usada apenas em casos raros. A tecnologia foi trazida dos Estados Unidos para o Brasil. Originalmente as impressões tiveram início em São Paulo, onde a equipe recebeu treinamento para executá-la. Atualmente, é utilizada em outros estados, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Esta foi a primeira impressão no estado de Goiás.

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