Com o objetivo de apoiar os investimentos no sistema penitenciário brasileiro, o governador Ronaldo Caiado recebeu, nesta sexta-feira (23/02), no Palácio das Esmeraldas, os participantes da 6ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Secretários de Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej). O chefe do Executivo estadual explicou que Goiás está aberto a compartilhar com os demais estados as experiências de sucesso no sistema penitenciário.

“Fiz questão de recebê-los aqui com todas as honras de estado, para que vocês sintam que Goiás é parceiro de vocês. É isso que nós queremos construir”, destacou Caiado, que ressaltou a necessidade de investimento consistente nas polícias penitenciárias e na integração das forças de segurança para garantir a redução dos índices criminais. “Vocês da Polícia Penal de Goiás são responsáveis por uma fatia enorme da queda da criminalidade no estado. Não existe governabilidade sem segurança pública”, afirmou o governador.

A integração e o reforço da segurança nos presídios também foram apontados como centrais pelo presidente do Conselho Nacional dos Secretários da Justiça, Marcus Castelo Branco. “Esse evento é importante para a integração de todas as secretarias de Administração Penitenciária, da secretaria nacional e, principalmente, para destacarmos o desenvolvimento da Polícia Penal que, além de gerir, também é a força armada do sistema penitenciário dos Estados”, pontuou.

Caiado lembrou que o Governo de Goiás investiu mais de R$ 110 milhões em 2023 no sistema penitenciário e ressaltou que os resultados positivos dependem de um processo contínuo. ”A segurança pública é um trabalho artesanal, é igual medicina. Não é porque você operou 100 pacientes e deu certo, que o centésimo primeiro vai dar certo. Tem que ser todo dia, caso a caso. Não pode ter acomodação”, alertou.

Controle rígido

O diretor-geral de Polícia Penal de Goiás, Josimar Pires, explicou que o controle do sistema penitenciário garantiu espaço para investimento na prevenção de crises. “Há dois anos o estado de Goiás não tem nenhuma rebelião. Nós agora temos tempo para treinar e simular”, explicou Pires, em referência a um evento de simulação de uma rebelião, realizado em janeiro no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. “Nosso objetivo é mostrar o que é possível ser feito quando se tem planos de contingenciamento eficazes e um planejamento prévio”, completou.

A simulação faz parte do Protocolo de Contingenciamento em Cenários de Crise, lançado pela gestão estadual e que será apoiado pelo governo federal. Para o secretário nacional de Políticas Penais, André de Albuquerque, o modelo adotado em Goiás deve ser utilizado como referência. “Esse exemplo aqui, de um sistema prisional organizado, em que o Estado é quem dita as regras, é o primeiro e mais significativo passo para termos um estado e um país mais seguros. Não há nenhum exemplo de redução de criminalidade violenta no país que não passe pela organização e controle do sistema prisional brasileiro”, afirmou.

Encontro

Realizado em Goiânia pela primeira vez, o Consej é o encontro mais importante do país para discussões sobre o sistema prisional no Brasil. Além de ser um espaço de integração e discussão das políticas públicas, o evento também é uma oportunidade para o estado de Goiás compartilhar as ações adotadas na segurança pública. Nesta quinta-feira (22), os secretários conheceram o Complexo Prisional Policial Penal Daniella Cruvinel, em Aparecida de Goiânia.

O grupo também realizou uma visita técnica à Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), ao Núcleo de Custódia, à Central de Triagem e à Seção Industrial da POG, além da Seção Integrada de Monitoração Eletrônica. Os participantes também puderam conhecer um pouco da rotina do Grupo Tático de Ações e Escolta (GTAE) e do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope). Nesta sexta (23/02), os gestores se reúnem na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás.