As faixas de pedestre são uma importante sinalização que garante a proteção de quem atravessa as ruas ou avenidas de Goiânia. Esse instrumento evita acidentes envolvendo veículos e pedestres, e mantém o trânsito organizado para todos os usuários. No entanto, o desrespeito a essa sinalização tem causado centenas de acidentes, que quando não fazem vítimas fatais, deixam sequelas.

O número de atropelamentos de pedestres no País subiu mais de 13% de junho de 2022 a janeiro de 2023. Somente em Goiás, que apresenta a pior situação do Brasil, foram 6.402 internações por atropelamentos no primeiro semestre de 2023, um aumento de 21,36% no mesmo período de 2022.

De acordo com o levantamento, baseado em dados do Ministério de Saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS), elaborado pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), os idosos que andam a pé estão vulneráveis aos riscos de acidentes. O estudo aponta que no primeiro semestre de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, houve um aumento de 37,9% das internações de pessoas na faixa de 60 a 69 anos por acidentes nas ruas. 

A faixa dos 70 aos 79 anos e de 80 anos ou mais também apresentaram aumentos significativos de 26,6% e 34,2%, respectivamente. Já entre os jovens e adultos, a faixa dos 50 aos 59 anos registrou um aumento de 21%. Os grupos de 15 a 19, de 30 a 39, e 40 a 49 anos também viram aumentos, respectivamente, de 9,4%, 9,9% e 9,9%. O grupo de 20 a 29 anos teve aumento de 1,5%.

Visando a segurança de todos os usuários do trânsito, apenas em 2023, a Secretária Municipal de Mobilidade (SMM) revitalizou e implantou mais de 1,8 mil faixas de pedestre e realizou em torno de 3,7 mil intervenções. “Estamos cuidando das pessoas e investindo em ações de educação para o trânsito. De 1° de janeiro a 22 de fevereiro deste ano já foram realizadas 400 intervenções por agentes em faixas da Capital”, diz o secretário municipal de Mobilidade, Marcelo Torrubia.

O diretor de Trânsito da Mobilidade, Horácio Ferreira, ressalta que o próprio Código de Trânsito Brasileiro (CTB) no Art. 29 prevê esse ordenamento nas vias; os veículos maiores devem zelar pela segurança dos veículos menores; os motoristas dos veículos não motorizados e todos devem zelar pela segurança do pedestre. O pedestre também tem seus deveres, por ser o usuário da via pública com maior fragilidade, ele também carrega a sua responsabilidade segundo o CTB. 

“As estáticas demonstram o quanto o fator comportamental influencia e impacta de forma direta na violência no trânsito da nossa Capital. O desrespeito à faixa de pedestre é algo que precisa ser revisto pelo condutor goianiense – ao desrespeitar a faixa ele coloca em risco de forma direta aquele que realiza a travessia. É importante ressaltar que o excesso de velocidade permitido da via colabora para o desrespeito e colocando a vida de todos em risco”, pontua o diretor de trânsito, Horácio Ferreira. 

Ferreira afirma ainda que os agentes de trânsito da Mobilidade têm realizado intervenções diariamente na faixa de pedestre, principalmente naquelas que estão próximas a intuições de ensino, onde há um fluxo maior de pedestres. “São ações educativas e de caráter punitivo também porque é importante lembrar aos condutores que, de acordo com o CTB, deixar de dar preferência de passagem ao pedestre e a veículo não motorizado é infração gravíssima, com multa de R$293,47 sete pontos na carteira de habilitação”, destaca. 

“Esse enfrentamento depende de todos nós para garantir um trânsito seguro. O condutor precisa entender a necessidade e a responsabilidade. O trânsito é feito a quatro mãos, de forma compartilhada, e não apenas pelo Poder Público”, diz Horácio, ao citar frentes de trabalhos diários em portas das escolas, empresas e em eventos, seja na educação para o trânsito, fiscalização ou engenharia de tráfego com revitalizações e implantação de faixas elevadas para garantir segurança a todos os atores do trânsito da capital.