Tempo entre sintomas e óbito por dengue é de até 6 dias
Subiu para 31 o número de mortes por dengue confirmadas pelo Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito por Arboviroses, em Goiás
Em cerca de 80% dos casos de dengue em Goiás, o período entre os primeiros sintomas e o óbito da pessoa é de até seis dias. A informação foi divulgada pelo titular da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), Rasível dos Reis, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (29). A evolução rápida da doença preocupa os profissionais da saúde.
Os primeiros sinais de alerta da dengue, são: tontura ao se levantar; dor de barriga, vômitos persistentes; em alguns casos, sangramento na gengiva e no nariz; diminuição da urina. Para evitar possíveis complicações pela doença, a orientação do secretário é que o indivíduo procure o mais rápido possível uma unidade de saúde, assim que tiver os sintomas da doença.
Além de procurar um hospital, é importante ainda manter o acompanhamento médico, para prevenir avanço do quadro de saúde em caso de agravamento dos sintomas. Rasível dos Reis, chama atenção ainda para os perigos da automedicação, que podem levar à morte do paciente que esteja com dengue.
Dados
Subiu para 31 o número de mortes por dengue confirmadas pelo Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito por Arboviroses, em Goiás. Desses óbitos, 7 são de Anápolis; 5 de Luziânia; 3 de Valparaíso de Goiás; 3 de Uruaçu; 2 de Águas Lindas; 2 de Iporá; 2 de Cristalina; 1 de Goiânia; 1 da Cidade Ocidental; 1 de Novo Gama; 1 de Alto Horizonte; 1 de Aurilândia; 1 de Caldas Novas; 1 de Senador Canedo.
Entre os mortos, estão: 18 pessoas com idades entre 50 e 80 anos; 12 pessoas com idades entre 16 e 49 anos; e um bebê de apenas 5 meses de vida que tinha comorbidades. Outros 57 óbitos suspeitos estão sob investigação.
Ao todo, o Estado tem 31.710 casos confirmados da doença e 75.683 casos notificados, de acordo com o último Boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Sobre a prevalência do tipo da dengue em Goiás, 62% é do sorotipo 1 e 37% do sorotipo 2.
Em 2023 foram 69.434 casos confirmados durante todo o ano, sendo 124.103 notificações. Além disso, foram confirmados 48 óbitos em decorrência da dengue no ano passado. Somente nas oito primeiras semanas de 2023, foram notificados 23.936 casos de dengue.
Quando comparados os casos notificados nas oito primeiras semanas de 2024, quando esse número foi de 75.090, com o mesmo período de 2023, quando o Estado registrou 23.936, é observado um aumento de 213% nos registros de dengue, em Goiás. Em relação às internações por dengue nos hospitais da rede da SES-GO, em janeiro e fevereiro deste ano houve 816 internações a mais do que em 2023, quando o número total foi de 63. Este ano, o número foi de 879.
Até esta quinta-feira (29), 114 municípios estavam em situação de emergência para arboviroses, de acordo com o diagrama de controle. Com o intuito de combater as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, foram instalados 148 gabinetes de crise nos municípios goianos.
Vacina contra a dengue é ampliada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos
A Superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, disse durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (29), que nos primeiros dias de vacinação, que começou no dia 15 de fevereiro, houve uma procura significativa por parte da população. No entanto, a adesão diminuiu ao longo das últimas semanas.
Com a baixa procura do imunizante a SES decidiu juntamente com o Ministério da Saúde (MS) e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Goiás, ampliar a faixa etária para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade. A nova passou a valer desde a tarde desta quinta-feira (29) em todos os municípios goianos.
“A gente espera que, com essa ampliação, esses pais procurem mais a sala de vacina, porque nós estamos falando de uma doença muito grave”. alerta Flúvia ao afirmar que este ano, a dengue tem quebrado recordes nessa sazonalidade.
Uma vez vacinado, esse público terá proteção para os próximos anos em que em que tiver epidemia da doença, uma vez que o imunizante só protege a partir da segunda dose e o intervalo entre uma vacina e outra é de três meses, período em que o pico da doença deve ter passado.
Inicialmente a vacina Qdenga, imunizante produzido pelo laboratório japonês Takeda, foi disponibilizado apenas para idades entre 10 e 11 anos, devido a quantidade limitada de doses recebidas pelo MS. “Tomara que a gente tenha doses suficientes nos anos seguintes para o restante da população, mas neste momento essa faixa etária é prioritária e nós pedimos para que os pais levem seus filhos para vacinar”, salienta.