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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Eleições municipais

O caminho incerto do PRD na eleição de 2024

Partido é comandado por Braga e Policar em Goiânia. Lideranças, porém, não parecem falar a mesma língua de Magda Mofatto, presidente estadual do grupo

Postado em 4 de março de 2024 por Felipe Cardoso
Partido é comandado por Braga e Policar em Goiânia. Lideranças

Se antes havia dúvidas, agora não há mais: Jorcelino Braga é o presidente do PRD em Goiânia. Em um passado não muito distante, o partido, resultado da fusão entre o Patriota e o PTB, figurava nos bastidores da política goiana como uma grande expectativa para as eleições de 2024. A leitura, depois de sair do papel, é que há uma visão meio turva quanto aos rumos da sigla que ainda não mostrou ao certo a que veio.

O PRD tinha, até pouco tempo, amplo protagonismo nos quadros da prefeitura. Era, talvez, um dos principais aliados da gestão Rogério Cruz (Republicanos).

Nessa época, o hoje consagrado presidente municipal, Jorcelino Braga, era, inclusive, integrante do GAP, o Grupo de Apoio ao Prefeito. Meses de intenso diálogo se passaram, mas a aliança não vingou. Assim que decidiu desembarcar do projeto governista na capital, Braga chegou a dizer que ficou 40 dias sem conversar com o prefeito. 

Apesar de ter afirmado, na mesma circunstância, que as portas do partido estariam abertas para possíveis composições na corrida pela prefeitura de Goiânia, ninguém sabe ao certo, a menos de oito meses da eleição, a inclinação da sigla. 

O partido não tem nome próprio para a corrida, não deve remar rumo aos extremos (bolsonarismo e petismo), perdeu suas credenciais junto à gestão Cruz, nem demonstra participar do jogo que passa pelo governo goiano por meio das figuras do governador Ronaldo Caiado e seu vice, Daniel Vilela. 

Na contramão de tudo e de todos, a presidente estadual do grupo, deputada Magda Mofatto tem uma posição firme sobre o assunto. Segundo ela, o partido estará com Rogério e ponto final. 

O assunto, porém, parece bem resolvido apenas aos olhos da federal. Outras lideranças ainda engolem seco essa história que, para eles, está longe de ser resolvida.

Prova disso é que a legenda comandada por Jorcelino na capital tem como vice o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Romário Policarpo (PRD), um outro nome que representa um desafio para condução do partido rumo à base de apoio do prefeito.

Romário colecionou ao longo dos últimos quatro anos incontáveis descompassos com a atual gestão. O político chegou, inclusive, a ser cotado para concorrer como cabeça de chapa de chapa em Goiânia, ou seja, diretamente contra Rogério, ou na vice de algum nome da oposição ao prefeito. 

De volta às declarações de Magda quanto aos rumos da legenda, há alguns meses a dirigente falou ao O Hoje que o partido focará, sobretudo, na construção de chapas competitivas. A ideia é ampliar a presença da sigla na capital e também no interior.

“O partido terá mais representatividade”, garantiu. De acordo com ela, a legenda já trabalha no estado para fazer prefeitos e vereadores em 2024. “Já estamos trabalhando para montar as comissões provisórias no interior.” O grupo também espera sair fortalecido em Aparecida de Goiânia e Anápolis, regiões amplamente almejadas pela política goiana. “Estamos em conversação. Estamos conversando com todos os municípios”, resumiu.

Nos bastidores o comentário é que o PRD, na verdade,  parece perdido e que performa muito aquém do que foi prometido antes que a fusão ocorresse. Se tomará posição e conseguirá, de fato, influir de alguma forma na disputa deste ano, só o tempo dirá. No entanto, grandes nomes da política local, diante do que se tem hoje – com razão -, desconfiam. 

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