Produtores devem ficar alerta para prevenção da cigarrinha no período da safrinha
Controle de pragas minimiza as perdas na produção da 2ª safra, responsável pelo maior montante produtivo da cultura em Goiás
Goiás é o terceiro maior produtor de milho no país e o que faz o Estado se manter nessa posição no ranking nacional é a 2ª safra, também conhecida como safrinha. Dados do último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que 25% das áreas previstas de cultivo para a safrinha já foram semeadas em Goiás, com produção estimada em 8,39 milhões de toneladas no Estado.
Mas para alcançar esse resultado em campo são necessárias ações e medidas fitossanitárias que assegurem a sanidade vegetal na atividade agrícola. É o caso do trabalho desenvolvido pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) para orientar sobre as principais pragas que acometem a cultura, como a cigarrinha do milho, e as formas de prevenção e controle.
Por meio de ações de educação sanitária, que ocorrem de forma simultânea junto aos produtores desde a entressafra, semeadura, cultivo até a colheita, a Agrodefesa e parceiros têm buscado alertar os produtores sobre a importância do controle e manejo da cigarrinha do milho (Dalbulus maidis), causadora de doenças para a planta, como o enfezamento pálido e vermelho. Esses “enfezamentos” do milho podem levar a redução significativa da produtividade, comprometendo até 70% da produção.
Segundo o coordenador Estadual de Prevenção e Controle de Pragas da Agrodefesa, Mário Sérgio Oliveira, entre os principais responsáveis pela perpetuação da cigarrinha do milho nas lavouras estão as plantas voluntárias de milho, resultantes de grãos perdidos na colheita e no transporte, denominado de milho tiguera. “As plantas daninhas servem como abrigo, alimentação e postura para a cigarrinha do milho”, informa.
Outro fator também apontado por ele é a diminuição do uso de inseticidas nas lavouras, em virtude do aumento do uso de sementes transgênicas. “O produtor passou a plantar o milho transgênico, que é resistente às lagartas, então diminuíram as aplicações de inseticidas que eram feitas para combatê-las. Essas aplicações, de certa forma, ajudavam a controlar a cigarrinha também, então quando ele parou de fazer as aplicações, a cigarrinha passou a se multiplicar cada vez mais”, explica.
Ações de controle
Para evitar prejuízo nas plantações, a Agrodefesa, em colaboração com a Dra. Jurema Rattes – pesquisadora e proprietária da Estação de Pesquisa Agro Rattes -, criou a Campanha “Milho Tiguera Zero”, como uma das principais iniciativas para o controle e prevenção da cigarrinha do milho. A especialista ministrou capacitação aos fiscais estaduais agropecuários da Agrodefesa, com a participação de representantes de entidades parceiras da campanha, para que possam atuar na conscientização dos produtores rurais sobre a importância da eliminação das plantas voluntárias de milho. Também foi elaborado card (peça) informativo aos produtores rurais e demais envolvidos na cadeia do agronegócio goiano.
“A Agrodefesa realizou a capacitação dos nossos fiscais para que eles possam orientar os produtores e fazer o levantamento da quantidade de plantas voluntárias (milho tiguera) existente nas áreas onde foi plantado milho, no estado”, afirma Mário Sérgio. Ele ressalta ainda que dessa forma, os fiscais da Agrodefesa contribuem para o controle e o manejo da cigarrinha do milho, evitando o aumento significativo da praga e o comprometimento da produção de milho em Goiás.
Mário Sérgio explica ainda que é importante a escolha das cultivares que serão utilizadas no plantio. “O ideal é que o produtor faça uso de cultivares mais tolerantes aos enfezamentos e utilize sementes certificadas e tratadas com inseticidas registrados. O produtor também não deve fazer o uso dos mesmos inseticidas todas as vezes, rotacionando para evitar que a cigarrinha do milho fique resistente a determinado modo de ação”, completa.