‘Pronto’ para assinar: Lula diz que consolidação do Mercosul-UE não depende da França
Emmanuel Macron, presidente francês, já se demonstrou contrário à assinatura do tratado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assegurou, durante encontro, ocorrido nesta quarta-feira (06/2), com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchéz, que o acordo relativo à criação do Mercosul-UE não teria regredido.
De acordo com o petista, o pacto comercial beneficiaria ambos os lados e Sanchéz, por sua vez, afirmou que a consolidação da aliança é um “dever”. “Vamos trabalhar conjuntamente para chegar a este acordo”, declarou o premiê espanhol.
A proposta vem sendo discutida há, pelo menos, duas décadas. Entretanto, agricultores da União Europeia se sentem ameaçados com a presença de mercadorias advindas de países como o Brasil e alegam que, caso o Mercosul-UE seja consolidado, uma “concorrência desleal” será criada. Lula, em seu lugar, não teme que os franceses possam atrapalhar a finalização das negociações comerciais.
“O que acontece é que a França, já há muito tempo, não é de hoje, traz um problema com relação aos produtores agrícolas. Qual é a minha tranquilidade? A minha tranquilidade é que, segundo informações, a União Europeia não depende do voto da França para fazer o acordo. A União Europeia tem procuração para fazer o acordo e a França pode não gostar, mas paciência, faz parte do acordo, a França faz parte da União Europeia”, defendeu Lula.
O acordo
Na segunda metade de 2023, o Brasil ocupou a Presidência Rotativa Pro Tempore (PPT) do Mercosul, obtendo a responsabilidade de sediar e coordenar reuniões de todos os órgãos envolvidos nas negociações do bloco.
Como a Espanha estava à frente do Conselho Europeu, o cenário era conveniente para que o acordo do Mercosul-UE, finalmente, fosse firmado. Porém, críticas, exigências incluídas no tratado e mobilizações contra o texto final são obstáculos para que o projeto seja estabelecido.
O presidente da França, Emmanuel Macron, solicitou, inclusive, que a Comissão Europeia desistisse da aliança com o Mercosul. “É por esse motivo, pelo estado atual do texto do Mercosul, a França se opõe e continuará a se opor a esse acordo de livre comércio”, argumentou ele em janeiro deste ano.