A manhã desta quinta-feira (07) foi um dia sombrio para a família Silva, do povoado de Água-Quente, na região norte de Goiás. Cinco familiares faleceram ao cair com o carro em uma forte correnteza que havia se formado na entrada da cidade de Iaciara. As vítimas foram identificadas como Adilson Venancio da Silva, Hugo Vitor da Silva, Caio Venancio da Silva, Laurita Maria de Jesus e José Carlos Rosa, todos identificados como maiores de idade.

Segundo o Corpo Militar dos Bombeiros de Goiás (CBMGO), o grupo havia saído em um Gol G4 prata por volta das 04 da manhã e se dirigiram para a GO-110, rumo a Iaciara, com destino para Brasília. Cerca de 20 minutos depois da partida foram surpreendidos por uma enxurrada que havia desmoronado a estrada estadual, e deixou um vazio no percurso da via.    

A única salvação do grupo, de acordo com o Sargento Rafael Sant’Ana do CBMGO ao jornal O Hoje, era um indivíduo em uma moto do outro lado do vão na estrada, que havia reparado o desmoronamento e parado o percurso. Porém, não conseguiu avisar o motorista do carro que estava se aproximando do perigo adiante. De acordo com a CBMGO, este indivíduo não identificado fez o pedido de resgate para o 193. Além disso, conseguiu reconhecer o carro como o da família Silva e avisar os parentes do ocorrido.

Segundo conta o militar Rafael a operação inicial de resgates contou com a presença de sete militares para fazer o recolhimento dos corpos. Dois membros foram encontrados um quilômetro de distância nas margens das águas e foram. Outras duas vítimas também foram encontradas mortas dentro do carro que havia sido arrastado por mais de 300 metros pela correnteza e estava semi-submerso. Entretanto, ainda não se sabe o paradeiro do corpo do quinto familiar, José Carlos Rosa.

Junto com a presença dos militares do CBMGO, foram acionados membros da Polícia Militar de de Goiás, Polícia Tecnocientífica, técnicos da Agência Goiana de Infraestrutura (Goinfra) e fiscais da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para averiguar o ocorrido.

As causas que levaram ao desmoronamento da estrada ainda não foram oficialmente divulgadas. Inicialmente, havia uma suspeita que uma barragem no rio Água Quente fora rompida pela grande quantidade de água registrada na hora e no local do acidente. Contudo, esta suspeita foi derrubada pelo CBMGO e um novo indício aponta dos grandes volumes de chuvas observados na região.

Segundo André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas da Semad (Cimehgo), houve um registro de chuvas de aproximadamente até 250 milímetros durante a madrugada deste dia 07, pelo menos 26% do índice previsto para a um ano de 950 milímetros. A previsão do órgão é de que essas chuvas fortes continuem até sábado (10). A Semad ainda informa em nota que está em contato com a Defesa Civil e o CBMGO para mensuração e reparação do dano causado.

A Agência Goiana de Infraestrutura informou, também em nota, que lamentam as mortes e que já isolaram a área com a Polícia Rodoviária Estadual para poder começar a fazer os reparos na GO-110.