Atendimento por dengue cresce 25% nas últimas semanas em Goiânia
A Capital tem 7542 casos de dengue notificados e 3744 confirmados, de acordo com o último Boletim de Arboviroses divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
Os atendimentos por dengue cresceram 25% nas unidades de saúde da capital, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia.
Gisele Machado de Oliveira, 30, chegou no Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) do Bairro Campinas com a filha Maria Eduarda de 13 anos, por volta das 9h da manhã desta quinta-feira. Os sintomas da garota: febre, dor no corpo e manchas avermelhadas na pele. Após receber atendimento e ter sido medicada, mãe e filha aguardavam os resultados dos exames de confirmação da dengue.
Desde que Maria Eduarda passou mal na última quarta-feira (7), a mãe acendeu um alerta para a vacinação da adolescente que ainda tomou a primeira dose do imunizante contra a dengue. “Vou só esperar ela se recuperar e irei levá-la para tomar a vacina”, afirma Gisele ao comentar que tem outro adolescente em casa de 12 anos que também não foi imunizado.
Na Unidade de Pronto Atendimento do Jardim América, a diarista de 61 anos, Maria dos Anjos, aguardava atendimento médico para mostrar os exames e ver se as plaquetas ainda estavam baixas. A senhora passou mal na sexta-feira do dia primeiro de março, na última terça-feira (12), ela já sabia que estava com dengue. “Quando recebi o exame eu soube que estava com as plaquetas baixas, mas o médico disse que eu já tinha passado a fase crítica”, comenta.
Após passar os últimos dias cuidando da saúde, tomando bastante líquido, como soro, água de coco e isotônico, Maria está pronta para voltar às atividades normais do dia a dia.
Enquanto os clientes aguardavam o cabeleireiro João Messias Cândido Júnior, de 29 anos, no salão do rapaz, ele aguardava atendimento na UPA do Jardim América. Desde a última segunda-feira (04), que o jovem começou a sentir febre, dor no corpo, dores nas juntas, dor atrás dos olhos, infecção intestinal e mal estar. “Às vezes me dá calafrios e sinto uma sensação de corpo mole. Só quero ir pra cama”, detalha o cabeleireiro.
O rapaz que mora sozinho, aguarda ansiosamente pelo atendimento, torcendo para que desta vez não seja dengue hemorrágica, como lhe aconteceu há seis anos, quando precisou ficar internado durante 15 dias em uma unidade de saúde da capital.
A Superintendente de Gestão de Redes de Atenção da SMS, Cynara Mathias, explica que Goiânia possui três unidades de urgência, que são as UPAs, Cais e Ciams. Além disso, têm 54 unidades de saúde da família e 21 centros de saúde. “Toda essa rede está preparada para atender os pacientes com dengue”, afirma a superintendente.
Cynara reitera que nas últimas três semanas o monitoramento diário da SMS tem observado um crescimento de casos da doença e consequentemente o aumento das movimentações nas unidades de saúde em decorrência da dengue. “A gente tem percebido um aumento significativo da doença nessas últimas semanas e com isso a gente tem reforçado o atendimento”, pontua a superintendente ao destacar que houve a contratação novos médicos, e o número de exames foi ampliado.
Ao chegar em uma das unidades de saúde, o paciente preenche uma ficha com as informações pessoais e após isso, passa por uma classificação de risco para que o seu estado de saúde seja identificado.
Os pacientes são classificados em A, B, C, e D, sendo as duas primeiras, referentes à pessoas com sintomas leves, no caso das duas últimas letras, é quando o paciente apresenta um quadro grave da doença e tem risco de morte, precisando ser remanejado com urgência.
Dados
A capital tem 7542 casos de dengue notificados e 3744 confirmados, de acordo com o último Boletim de Arboviroses divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Até o momento, uma morte foi registrada na cidade.
Goiás já registrou 45 mortes por dengue em Goiás, de acordo com o Painel de Controle de Arboviroses da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), desta sexta-feira (8). Ao todo, são 42.851 casos confirmados e 95.910 casos notificados pela doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Outros 62 óbitos suspeitos estão sob investigação do Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito por Arboviroses da SES-GO. (Especial para O Hoje)