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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Caiado reage às críticas de Bolsonaro: “não sou cordeirinho”

Interlocutores de Bolsonaro, depois do ato, começaram a somar as coisas, compreender ações, e falas, e entenderam de uma vez por todas: Caiado quer mesmo é receber a transferência de votos de Bolsonaro

Postado em 9 de março de 2024 por Yago Sales
Depois de ato na Paulista

Jair Messias Bolsonaro, quando não gosta, diz logo. Na cara, se possível. Antes do ato na Paulista, naquele domingo, dia 25 de fevereiro, o ex-presidente estava tranquilo com tudo e todos. Embora tenha arrastado uma multidão à Avenida mais famosa do Brasil – a USP contou, com ajuda de inteligência artificial, 185 mil pessoas -, poucos pesos pesados da política se sujeitaram à defesa de Bolsonaro, acusado de tramar um golpe. Caiado esteve por lá, mas de forma discreta. 

Interlocutores de Bolsonaro, depois do ato, começaram a somar as coisas, compreender ações, e falas, e entenderam de uma vez por todas: Caiado quer mesmo é receber a transferência de votos de Bolsonaro, inelegível até 2030.  Bolsonaro foi flagrado aos berros, implicando com ida ao evento do agronegócio Expodireto Cotrijal, no município de Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul. 

Em entrevista reveladora ao UOL nesta sexta-feira (8), ele respondeu a alguns recados de Bolsonaro. Entre outras coisas, afirmou que nunca foi “cordeirinho” ao comentar sua relação com o ex-mandatário do Partido Liberal, sigla que, como se cogitou, seria um ótimo destino a Caiado caso o União Brasil — o que ainda é uma incógnita por conta da federação com PP e Republicanos — para disputa à Presidência. 

O problema, no entanto, é: Bolsonaro quer continuar levando seu nome como candidato até 2026. Se possível, vai lançar-se mesmo sob proibição. E pode dar, como diz no dito popular, com os burros n´agua, sem conseguir viabilizar alguém com peso político-eleitoral, como ocorreu com Lula da Silva em 2018, antes de ele ser preso. 

Indagado sobre eventual rompimento com Bolsonaro – vale lembrar que ambos já se estranharam algumas vezes e tiveram boa relações outras tantas – Caiado respondeu, esperto que é: “não faz sentido esse negócio de está bem ou está mal”. E complementou, do jeito que todos o conhecem: “Você ser aliado politicamente não quer dizer que você esteja ali totalmente engessado”.

Caiado, que tem se destacado por causa da Segurança Pública em Goiás, ainda dissertou: “Eu sempre fui um político que sempre teve muita coerência nas minhas posições e também muita independência moral. Eu nunca fui cordeirinho, não sou vaquinha de presépio para dizer amém. Eu estou ali na política para defender as ideias que eu acredito. “

Como apurou o jornal O Hoje, Bolsonaro parece não ter se esquecido de quando, em 2022, Caiado não o apoiou num primeiro turno, mantendo-se neutro quanto à opinião sobre a corrida em nível federal. No segundo turno, já reeleito, Caiado subiu no palanque. E beneficiou, de alguma maneira, Bolsonaro, sobretudo quanto às perdas de votos por conta da gestão catastrófica da pandemia de Covid-19 e o negacionismo eloquente. 

E foi aí, neste ambiente, que Caiado pesou a mão contra Bolsonaro. Médico, agiu contrário às imposições do presidente à época que, ao invés de estimular o uso de máscara e distanciamento, foi às ruas, sobretudo de Goiás, pregar o fim do fechamento de estabelecimentos. Caiado foi contra, em favor da vida dos goianos. 

Sobre a tentativa de golpe do núcleo, Caiado, em entrevistas, defendeu que houvesse uma anistia aos envolvidos. “Eu fui o primeiro político a pronunciar sobre anistia. É o seguinte, não é a cultura do Brasil ficar nessa retaliação. Eu fui o único governador a proibir o tráfego de ônibus para Brasília. Isso é invasão. No meu estado, não admito invasão, (…) não existe isso em Goiás. É falta de comando, falta de gestão.” (Especial para O Hoje) 

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