Após culpar Bolsonaro, governo encontra móveis desaparecidos do Palácio da Alvorada
Gestão de Lula encontra bens depois de culpabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo “sumiço” da mobília
Foi revelado, nesta quarta-feira (20/3), que a Presidência da República encontrou todos os 261 móveis que, supostamente, haviam desaparecido durante a transição da gestão de Jair Bolsonaro (PL) para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação é da Folha de S. Paulo.
De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), os estragos na mobília fizeram com que fosse necessária a aquisição de novos móveis, os quais passaram a integrar o patrimônio da União.
Troca de acusações
A confusão foi motivo de conflitos entre Lula e Bolsonaro. “Eu e o presidente Lula resolvemos que a gente só vai mudar quando tiver um inventário completo do que tem aqui dentro, de como foi entregue para a gente”, disse Janja, esposa de Lula e a primeira-dama do País.
Além disso, Janja Lula da Silva falou do péssimo estado dos móveis. “Os móveis, os pés dos móveis que são de latão, não estão polidos. Os móveis não são os originais. A gente vai tentar recuperar isso. Ainda preciso fazer uma visita no depósito – a Presidência da República tem um depósito de móveis – e ver o que foi para lá. Tem muitos objetos que foram transportados de um lado para o outro, do Planalto para cá, daqui para o Jaburu. Então, a gente precisa localizar esses objetos”, afirmou.
Assim, o desaparecimento motivou acusações polêmicas, em que a primeira-dama acusou a família Bolsonaro de ter “levado tudo”. “Não sei se eram coisas particulares do casal, mas levaram tudo. Então, a gente está fazendo a reparação, porque aquilo é um patrimônio público”, alegou Janja.
Em resposta, Michelle Bolsonaro disse que existiam depósitos com vários itens e que, dessa maneira, era possível realizar um rodízio de cadeiras, mesas, sofás e outros artigos análogos. A ex-primeira-dama assegurou, também, que tinha recebido a informação de poderia utilizar móveis próprios para decorar a Alvorada.
“No segundo semestre de 2019, a minha mudança chegou, até a pedido da minha filha, Laura, que queria que nós fizéssemos uma sala com os nossos móveis da nossa casa do Rio de Janeiro. Então, nós tiramos os móveis, esses móveis foram para o depósito, eu coloquei os móveis do meu quarto e os móveis da sala”, defendeu Bolsonaro.
Bens encontrados
Segundo a Secretaria de Comunicação (Secom), houve três contagens de itens. A primeira, em novembro de 2022, que contabilizou a perda de 261 móveis. A segunda, em 2023, quando os bens foram recontados e foi confirmado que 83 mobílias estavam desaparecidas. No segundo semestre do ano passado, o restante da mobília foi encontrado “em dependências diversas da residência oficial. Ou seja, houve um descaso com onde estavam esses móveis, sendo necessário um esforço para localizá-los todos novamente”.