O que Caiado disse sobre Lula para Benjamin Netanyahu
Governador goiano viajou a Israel acompanhado do chefe do executivo de São Paulo, Tarcisio de Freitas
Não é nenhum segredo de Estado que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), está cada vez mais próximo de tornar-se, pelo menos para o Centrão, o nome mais viável para a disputa ao Planalto em 2026 contra o atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para tanto, qualquer passo rumo à direita, com a qual ele tem desde sempre uma boa relação, sobretudo a agropecuária e a que não passa pano para bandido, é bem-vinda. Por isso, Caiado foi ter com o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu.
Falando nisso, Ronaldo Caiado foi recebido nesta terça-feira (19) por Benjamin Netanyahu depois de ter feito um tour pelos lugares onde ocorreram os ataques do grupo terrorista Hamas contra cidadãos, além de israelenses, matando cidadãos do mundo inteiro. E sequestrar centenas, além de brasileiros.
O primeiro-ministro, como se dizia, recebeu Caiado e Tarcísio para uma audiência que abordou a guerra contra o Hamas e também a relação do país com o Brasil. O goiano esclareceu ao líder israelense que a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de comparar a situação da Faixa de Gaza ao Holocausto, não representa o pensamento dos brasileiros. “Deixamos claro que foi uma fala infeliz”, esclareceu.
“Vocês são bons amigos de Israel, e estou muito contente em tê-los aqui”, disse Netanyahu a Caiado e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O encontro, que durou cerca de uma hora, foi às portas fechadas na sede oficial do governo israelense, em Jerusalém. Depois da audiência, Caiado explicou, em vídeo, que o primeiro-ministro agradeceu a presença da comitiva brasileira e “deixou claro a sua amizade pelo Brasil”.
Netanyahu deu detalhes sobre o ataque sofrido por Israel, em 7 de outubro do ano passado, que resultou na morte de 1,2 mil pessoas e o sequestro de outras centenas. “A barbárie que fizeram é algo inimaginável”, pontuou Caiado. Sobre o conflito, que já dura mais de cinco meses, o governador explicou que a meta de Israel é libertar “todos os que foram sequestrados para que possam, aí sim, ter o momento de pacificação”. Pelo menos 134 pessoas seguem reféns do Hamas, entre elas, um brasileiro.
Caiado disse, ainda, que o primeiro-ministro israelense está convicto do triunfo sobre o grupo terrorista que se articulou para matar judeus. Na audiência, Netanyahu lamentou a morte de tantos civis e relatou a estratégia do Hamas de usar as pessoas sequestradas, e a sua própria população, como escudos humanos na Faixa de Gaza.
“É muito forte, não é fácil. Você sai de lá até ansioso com tudo que assiste. São cenas pesadíssimas. Eles deram conta de reproduzir a maneira com que os judeus foram tratados na Segunda Guerra e também fizeram uma réplica dos campos de concentração. Foram mais de seis milhões de judeus assassinados no Holocausto”, contou Caiado.
A missão internacional segue até quinta-feira (21) com visitas a indústrias aeroespaciais; a startups das áreas de mobilidade e acessibilidade; e aos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. O governador goiano também deve se encontrar com parentes dos reféns do Hamas e com uma comunidade brasileira na cidade de Ra’anana.