O nome do estado de Goiás entrou mais uma vez para o recorde mundial do Guinness Book como o estado de nascimento da vaca mais cara do mundo, a Viatina 19 Mara Móveis, avaliada em R$ 21 milhões. Nascida há cinco anos do criatório Nelore Mara Móveis, no interior de Nova Iguaçu de Goiás, na região norte, pertencia até então ao pecuarista goiano Silvestre Coelho Filho quando ainda era uma filhote que media aproximadamente seus 20 quilos.

Contudo, em 2020 foi vendida para as empresas Casa Branca Agropastoril do proprietário Paulo de Castro Marques e para a Fazenda Napemo do proprietário Neyrismar Pereira, e atualmente reside na fazenda Napemo, em Uberaba, no sul de Minas Gerais, onde é mantida e tratada por especialistas. Segundo Lorrany, sócia da fazenda, é considerada “queridinha” da empresa e recebe tratamento especial para o cuidado e bem estar animal, como skin care, massagem e alimentação especial.

A bovina é da raça nelore de sangue puro, conhecida por pecuaristas brasileiros pelo seu grande porte, pernas altas, couro de mármore, a sua alta resistência climática e sua adaptabilidade. A linhagem da Viatina-19 tem ascendência direta da região árida e montanhosa do sul da Índia, que foi levada para o Brasil no Séc XIX, e hoje, possui o maior rebanho do animal no mundo. Após cinco anos de seu nascimento, tem cerca de 40 vezes o seu peso inicial e mede quase uma tonelada de material genético que equivale a uma propriedade rural.

Contudo, a pequenina, que já media aproximadamente 20 quilos, foi concebida em grande parte por causa do seu coquetel genético, que hoje ostenta quase uma tonelada de peso. Ou seja, a sua maior importância está na capacidade de gerar filhotes com boas combinações que, no fim, geram melhores lucros para os proprietários. Por causa disso, é uma das mais queridas pelos pecuaristas como escolha de ser uma vaca parteira, além disso, é considerada como referência genética mundial da raça.

Porém, não é só a empresa Casa Branca que é detentora desta mina de ouro genética, por se assim dizer. A empresa Nelore HRO, responsável por guardar e selecionar o banco genético da raça, é detentora de um terço da vaca Viatina-19 desde 2023. Isso significa que a companhia detentora “empresta” o animal para a outra para fazer colheita de óvulos a fim de gerar futuros bovinos com combinação genética preferível. A venda parcial no valor de R$ 6,99 milhões da vaca se deu em junho de 2023.

Por causa disso, existe um plano das detentoras do animal para fazer a clonagem da vaca a fim de preservar a pureza do material genético. O investimento inédito em biotecnologia prevê um aumento exponencial de animais de sangue puro sem a necessidade do planejamento parental. Além disso, diminuiria os riscos da perda do investimento e do seguro caso o animal viesse a falecer.