“Meu medo é que o PSD não tenha candidatura própria”, diz Lucas Kitão
Diretório estadual do partido ainda não deu resposta sobre a realização das prévias solicitadas pelo vereador há cerca de duas semanas
O diretório estadual do PSD ainda não deu resposta acerca da definição de uma data para a realização das prévias solicitadas via ofício pelo vereador Lucas Kitão (PSD) há cerca de duas semanas. A consulta interna quer saber como os correligionários avaliam a situação do partido em Goiânia e qual nome deve ser oficializado pré-candidato a prefeito.
Kitão diz que aguarda resposta do partido e que mantém sua pré-candidatura à Prefeitura de Goiânia, lançada em 27 de fevereiro, em meio ao impasse que o PSD vive com o presidente do diretório estadual da sigla, senador Vanderlan Cardoso, que também pode lançar pré-candidatura nas próximas semanas.
“A gente ainda não teve nenhum lançamento oficial de outra pré-candidatura”, afirma Kitão, citando o exemplo de outras legendas. “Meu medo é que o partido não tenha uma candidatura própria em Goiânia. O PSD é um partido grande. Não é moeda de troca de interesse pessoal de dirigente.”
A postura de Vanderlan em sinalizar que poderá indicar nome para compor a chapa de Adriana Accorsi (PT), pré-candidata a prefeita, vem sendo criticada por integrantes do partido que citam que o posicionamento tem caráter de “atender aos próprios interesses”.
Kitão tem feito críticas à prática de candidaturas surgidas de acordos políticos e defende uma abordagem mais transparente e participativa na escolha dos representantes. “O Vanderlan tem usado o partido para fazer o que é bom para ele. E o partido não é uma propriedade dele, e não está a serviço dos interesses dele. O partido é uma entidade, que tem muito o que oferecer para a cidade. Aí a gente vai ficar esperando o presidente definir o que é bom pra ele pra gente seguir?”, questiona.
Vanderlan Cardoso — que aparece entre os três nomes melhor posicionados nas pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de Goiânia — tem adotado também uma postura de silêncio quanto ao seu próximo passo na esfera política.
Auxiliares do senador adiantaram à coluna Xadrez, deste jornal, que assim que ele anunciar sua pré-candidatura, haverá revelação de quem já esteve com ele e quais partidos vão apoiá-lo. “O senador vai agregar lideranças como fez Caiado que, inclusive, buscou o MDB, seu adversário para ampliar o grupo de apoios”, contou uma pessoa próxima a Vanderlan.
“O que eu quero saber é: o partido vai me dar espaço? Porque não tem outro pré-candidato”, diz Kitão. No início deste mês, em entrevista ao programa O Hoje News, o parlamentar já havia deixado claro que um dos pontos de insatisfação era o pouco espaço na sigla e que existem muitas reclamações de “não ter lideranças jovens ascendendo na política de Goiás”.
Parcela dessa culpa, conforme Kitão, seria dos próprios partidos. “Os caciques da política não acreditam nas novas candidaturas, não querem perder o espaço para os jovens que querem fazer diferente”, disse na ocasião.
Kitão defende uma consulta interna justamente para saber o que a maioria acha que o partido deve fazer. “Não é simplesmente esperar o Vanderlan tomar uma decisão que é boa para ele.”
“O que eu quero saber é: o partido vai me dar espaço? Porque não tem outro pré-candidato. E esses ruídos de indicar o vice do PT. Espere aí, vamos consultar o que acham.”