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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Críticas

Tensões diplomáticas: Venezuela responde à nota emitida pelo Brasil sobre processo eleitoral

Venezuela afirmou que comunicado brasileiro parecia ter sido ‘escrita pelos EUA’

Postado em 27 de março de 2024 por Isadora Miranda
Venezuela afirmou que comunicado brasileiro parecia ter sido 'escrita pelos EUA' | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, emitiu uma resposta ao comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, demonstrando “preocupação” com o desenrolar do processo eleitoral no país vizinho. Em um pronunciamento divulgado na terça-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela declarou que a mensagem brasileira continha “observações carregadas de desconhecimento profundo e falta de conhecimento sobre a realidade política na Venezuela”.

Além disso, o governo de Maduro insinuou que o documento emitido pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “aparentava ter sido influenciado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.

“A Venezuela mantém uma postura fiel aos princípios que guiam a diplomacia e as relações amigáveis com o Brasil, jamais emitindo ou emitirá julgamentos sobre os processos políticos e judiciais que ocorrem naquele país. Portanto, tem a legitimidade para exigir o mais estrito respeito pelo princípio da não intervenção nos assuntos internos e na nossa democracia, uma das mais robustas da região”, destacou a nota da chancelaria venezuelana.

“A Venezuela condena veementemente a declaração tendenciosa e intrometida, elaborada por funcionários do Itamaraty, que aparentava ter sido direcionada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, onde são proferidos comentários repletos de profunda ignorância e falta de conhecimento sobre a realidade política na Venezuela”, acrescentou o comunicado.

Apesar da crítica ao comunicado do Itamaraty, o governo venezuelano afirmou que “valoriza” o posicionamento de Lula em relação às sanções impostas pelos Estados Unidos contra o país. Enquanto isso, a nota do Ministério das Relações Exteriores do Brasil reafirmou o “repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”.

O governo brasileiro, historicamente alinhado a Maduro na Venezuela, expressou “preocupação” com o processo eleitoral no país vizinho, após a principal candidata de oposição ao regime não conseguir registrar sua candidatura. “O governo brasileiro acompanha com expectativa e apreensão o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela”, afirmou o comunicado do Ministério das Relações Exteriores. Essa foi a primeira manifestação mais incisiva do governo brasileiro em relação às eleições venezuelanas, questionadas pela comunidade internacional.

O prazo para registro de candidaturas para o pleito na Venezuela encerrou-se na noite de segunda-feira (25), e a coligação de oposição a Maduro anunciou que não conseguiu registrar a candidatura da filósofa e professora universitária Corina Yoris. A nota do Itamaraty enfatizou que o impedimento do registro da candidatura não está em conformidade com os acordos firmados em outubro do ano passado, em Barbados, para promover diálogo, direitos políticos e garantias eleitorais na Venezuela. Até o momento, não houve explicação oficial para este impedimento.

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