Em entrevista, delegado que teria trazido obstáculos ao caso Marielle fez menção a filho de Bolsonaro
Delegado implicado no caso Marielle mencionou suposto relacionamento entre filho de Bolsonaro e acusado do crime, levantando questionamentos sobre possível desvio de foco nas investigações
O delegado Giniton Lajes, um dos alvos da recente operação da Polícia Federal no caso Marielle Franco (PSOL), foi apontado, no relatório que embasou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como o nome indicado pelo então chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, para dirigir as investigações de forma a não revelar os mandantes do crime.
Em 2019, Giniton causou polêmica ao trazer à tona um suposto namoro entre um dos filhos de Jair Bolsonaro e a filha de Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora. À imprensa, o delegado minimizou a importância do fato, afirmando que seria enfrentado em momento oportuno.
Depois, foi revelado que Jair Renan, o filho “04” de Bolsonaro, era o envolvido no relacionamento. Entretanto, ele não foi citado nas investigações da PF. O único filho do ex-presidente mencionado no relatório foi o senador Flávio Bolsonaro.
Segundo investigadores, a menção do suposto namoro visava desviar o foco dos mandantes do crime de Marielle, apontados pela Polícia Federal como os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, presos recentemente.
De acordo com a PF, Giniton é apontado como responsável por viabilizar a garantia da impunidade dos assassinos de Marielle Franco.
Embora não tenha sido preso, o delegado tem que usar tornozeleira eletrônica e foi afastado de seus cargos, além de ter sido alvo de busca e apreensão.