Goiás e Distrito Federal são premiados na 4ª edição do Prêmio Jorge Lafond de Arte e Cultura LGBTQIA+
Festival DIGO e Dan Macedo destacam-se por suas contribuições inclusivas e diversificadas
A diversidade e inclusão têm sido cada vez mais valorizadas, e isso ficou evidente na 4ª edição do Prêmio Jorge Lafond de Arte e Cultura LGBTQIA+. O evento aconteceu no Museu da República, em Brasília, e celebrou personalidades e iniciativas que se destacaram pela qualidade e relevância do trabalho prestado ao setor, incluindo dois premiados de Goiás e do Distrito Federal.
Representando o estado de Goiás, o Festival DIGO recebeu reconhecimento na categoria de Cinema e Audiovisual. Emocionado, Cristiano Sousa, produtor cultural goiano, expressou sua alegria e satisfação ao ser laureado com o Prêmio Jorge Lafond. “Foi uma sensação de extrema alegria e satisfação”, afirmou Sousa, durante a premiação que contou com a presença da Ministra da Cultura Margareth Menezes, parlamentares e diversas figuras de destaque na história LGBTI+ brasileira.
“São pessoas que fazem a diferença como verdadeiras ativistas em prol da vida humana e do combate ao preconceito”, destacou, ao presenciar performances da diversidade cultural e de resistência entre as premiações. “É algo imensurável que transborda o coração e nos faz acreditar que a luta contra a ignorância do preconceito e o ódio é mais forte que toda a violência praticada contra o diferente”, acrescentou.
O reconhecimento, segundo ele, vai além da mera celebração pessoal. “O prêmio tem uma grande importância como visibilidade e lugar de fala”, ressaltou. “É uma iniciativa a nível nacional que promove um reparo histórico, colocando em destaque pessoas que lutam a favor de outras sem vantagens próprias”, explicou o laureado.
Representando o cinema e o audiovisual, Cristiano exemplificou a importância da luta contra a censura e a necessidade de representação transgênero no cinema brasileiro. “O festival Transforma, recentemente realizado em Santa Catarina, é um exemplo de censura sem sentido do conservadorismo”, alertou. “Precisamos nos unir para evitar tais retrocessos”, concluiu o produtor cultural goiano, orgulhoso de sua trajetória e comprometido com a causa.
Do Distrito Federal, Dan Macedo foi premiada na categoria de Cultura Ballroom. Sua dedicação e talento têm sido fundamentais para fortalecer a comunidade ballroom na capital do país. Como uma figura central nesse cenário, Dan Macedo tem oferecido espaço e visibilidade para artistas locais, promovendo eventos e iniciativas que celebram a arte e a cultura dessa comunidade.
A Ministra da Cultura Margareth Menezes, afirmou, “Nesse momento, o nosso ministério tem buscado fazer políticas que abracem todos os cidadãos e cidadãs do Brasil, porque isso é democracia: a gente fazer políticas inclusivas. Temos cotas para a comunidade LGBTQIA+ nos projetos que estamos lançando e queremos apoiar, cada vez mais, a comunidade, que tanto merece e precisa do reconhecimento, do apoio e do fortalecimento na luta por direitos”.
Uma das iniciativas do Ministério da Cultura (MinC) voltada para diversidade é o Edital de Premiação Cultura Viva Sérgio Mamberti, composto por quatro categorias, incluindo o Prêmio Diversidade Cultural, destinado a reconhecer e valorizar a produção cultural de grupos diversos da sociedade brasileira, como a comunidade LGBTQIA+. Esta categoria, que abrange também pessoas idosas, com deficiência e em sofrimento psíquico, contemplará 328 premiações individuais no valor de R$ 30 mil cada. No total, o edital, atualmente em fase de habilitação de candidaturas, reconhecerá 1.117 iniciativas culturais em todo o país, totalizando mais de R$ 33 milhões em prêmios.
A premiação representa um reconhecimento para Jorge Lafond, cuja notoriedade nacional foi consolidada através de seus papéis na televisão brasileira, notadamente como a icônica drag queen Vera Verão. Marcando o evento em celebração ao que seria o 72º aniversário de Lafond em 29 de março, a cerimônia de entrega presta homenagem ao legado do artista, que faleceu em janeiro de 2003.