Figuras do alto escalão da base governista não falam em outra coisa senão na grande expectativa em relação aos próximos passos do governador Ronaldo Caiado (UB) no que diz respeito à disputa em Goiânia. 

Existem diferentes perspectivas sobre o assunto. Enquanto alguns defendem que o governador deve buscar a construção de um candidato da base para a disputa, outros argumentam que o governo deveria considerar apoiar alguém com chances reais de vitória, mesmo que não esteja necessariamente ligado à base.

Os defensores da segunda linha tiveram suas opiniões reforçadas pelos resultados de uma recente pesquisa interna. Uma fonte ligada tanto ao MDB quanto ao alto escalão do governo afirmou que os resultados indicam que os habitantes de Goiânia estão buscando alguém com experiência em gestão e capacidade administrativa.

Na análise do player consultado, em um cenário onde Ana Paula mantenha posição de não concorrer em Goiânia e o mais novo cotado ‘nome do governo’, Sandro Mabel, não deslanche, o governador Ronaldo Caiado tende a apoiar o nome do pré-candidato pelo PSD, o senador Vanderlan Cardoso. 

Conforme mostrado pela reportagem, se o governo falhar na missão de construir um nome, a abordagem ofereceria ao governo diversas vantagens. A começar pelo poder de barganha do governo, uma vez que Cardoso, apesar de bem pontuado nas pesquisas realizadas na pré-campanha, não conta com muitos aliados. U

O político é amplamente conhecido no meio como alguém que tem votos, mas não tem grupo. Se conquistar o apoio da base, ampliaria consideravelmente a quantidade de partidos aliados. 

O governador também não teria dificuldades em relação ao discurso. O gestor pode manter a mesma postura que adotou em 2020, quando apoiou Vanderlan Cardoso contra Maguito Vilela, defendendo o nome como ‘o melhor para Goiânia’. 

Para os membros do MDB, a vantagem seria dupla, pois uma aliança com Vanderlan naturalmente o afastaria da disputa pelo governo em 2026. Se a aliança se concretizar, Caiado poderia negociar apoio para Daniel e ainda garantir o compromisso do “prefeito” em articular em favor do seu nome na corrida presidencial.

Primeiro plano

No entanto, qualquer movimento nesse sentido parte, antes, do pressuposto de que Ana Paula Rezende, filha do ex-governador Iris Rezende estaria mesmo fora do jogo.

Em agosto de 2023, a política anunciou que não disputaria. Em publicação nas redes sociais, a filha de Iris Rezende considerou não ser o momento de buscar uma “continuidade ao legado do pai”.

Diante do vazio de nomes da base, bem como a dificuldade em torná-los competitivos em um curto espaço de tempo, Ana Paula voltou a ser sondada pelos governistas, que já prometem mundos e fundos para tê-la no páreo.

Apesar de um membro do alto escalão da base ter dito, em off, à reportagem que Ana Paula é a carta na manga do governador, a maior parte dos governistas enxergam como “difícil” a missão do governador em convencê-la. 

Nesse contexto, as movimentações mais recentes dão conta de que o empresário Sandro Mabel pode ser o escolhido. O nome dele ganhou musculatura perante as pesquisas que apontam para o interesse do eleitor por um perfil com experiência em gestão. Também contribui com a suposta aposta do governo o fator resistência que envolve o nome de Ana Paula Rezende.