Antes do início do julgamento da cassação do mandato de Sergio Moro no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), já definiram apoio conjunto a um postulante na eleição suplementar, caso o senador perca o mandato. O acordo estabelece que ambos estarão no palanque de Paulo Martins, segundo colocado na disputa ao Senado contra Moro em 2022 e atual assessor especial de Ratinho Junior. Em contrapartida, Bolsonaro indica um concorrente ao Senado em 2026 e Ratinho indica outro na mesma eleição.

Segundo o presidente do PL-PR, deputado Giacobo, o pacto foi firmado na semana anterior na sede do PL em Brasília, em uma reunião que contou com a presença de Bolsonaro, Ratinho, o deputado Filipe Barros e o próprio Giacobo.

Essa união não apenas consolida um apoio a um possível sucessor político de Bolsonaro, mas também garante um nome de peso no estado para as eleições de 2026. Ademais, o pacto configura uma tentativa de unificar, pelo menos, uma parte da fragmentada direita do Paraná. Bolsonaro deixa claro, em seu lugar, que não pretende estar próximo a Moro, seu ex-ministro da Justiça, caso ele perca o mandato. Por sua vez, Moro não tem dado indícios de que pretende perder o apoio do eleitorado bolsonarista.

Além disso, Moro tenta manter um canal aberto com o eleitor bolsonarista e alavancar a candidatura de sua esposa, a deputada Rosangela Moro, para o Senado, caso sua cassação seja efetivada. Em diálogos recentes, o ex-juiz federal evita criticar Bolsonaro, destacando que seu período como Ministro da Justiça foi bastante frutífero, com aprendizados relevantes.

Outro nome que surge na disputa é o de Ricardo Barros, ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara, que tenta consolidar sua candidatura junto com Rosangela Moro. Eles disputariam os votos da direita com Paulo Martins, apoiado por Bolsonaro e Ratinho Júnior. Martins, atual assessor especial de Ratinho e presidente do PL em Curitiba, é considerado um nome de peso na disputa.

Caso a chapa de Moro seja cassada, Martins assumirá o cargo devido à sua segunda colocação nas eleições de 2022, onde obteve 29,12% dos votos contra os 33,5% de Moro.

Por outro lado, no âmbito político da esquerda, as principais candidaturas em articulação são as da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do deputado federal Zeca Dirceu.