Golpistas se passam por membros de facção criminosa para aplicar golpes em Anápolis; ouça áudios
Utilizando mensagens de áudio, golpistas pedem “ressarcimento” e ameaçam vítimas acusando-as de denunciar o tráfico de drogas na região onde vivem
Golpistas têm se passado por membros de facções criminosas para aplicar golpes por WhatsApp em Anápolis. Por meio de mensagens de áudio em tom ameaçador, eles afirmam que as vítimas estão denunciando o tráfico de drogas na região e pedem um “ressarcimento” pelo suposto prejuízo causado.
“Nesse golpe, os estelionatários entram em contato com vítimas aleatórias, mas já sabendo o nome da pessoa e alguns dados”, explica o advogado criminalista Gabriel Fonseca. “Eles afirmam que fazem parte de organização criminosa e falam que a pessoa está causando prejuízos a eles por fazer denúncias de tráfico de drogas na região que mora”, diz.
Em um dos áudios que se tem conhecimento, o estelionatário cita a potencial vítima por nome e se identifica como Serginho, supostamente “uma das primeiras vozes da facção Comando Vermelho”. “Os guris da região não param de trazer informação de que você anda denunciando nosso tráfico de droga na região, atrasando nosso lado e o lado da nossa família”, diz o golpista.
Em seguida, ele afirma que quer ouvir a versão da possível vítima sobre o fato “antes de tomar qualquer medida”. “Quero que seja clara, sincera e transparente com a nossa facção para evitar derramamento de sangue na localidade”, completa ele.
Ouça os áudios
De acordo com Gabriel, caso a vítima dê prosseguimento à conversa, os golpistas afirmam que o não pagamento de um “ressarcimento” pelos supostos prejuízos vai acarretar em punição pelo “tribunal do crime”.
O advogado ressalta que se tem conhecimento desse tipo de golpe desde 2022 e que não é possível calcular quantas pessoas tenham sido vítimas. “Várias pessoas caem no golpe e fazem os pagamentos exigidos por sentirem medo, mesmo não tendo feito qualquer tipo de denúncia”, afirma.
O especialista orienta às pessoas que recebam mensagens desse tipo que denunciem à polícia por se tratar de ameaça e extorsão. “De forma alguma devem responder ou ‘dar corda’ para o criminoso, mas sim ignorar e informar as autoridades para que o aparelho de telefone usado possa ser localizado e, assim, os golpistas sejam punidos”, alerta.