Mabel lança pré-candidatura em Goiânia a convite de Caiado
Em live, presidente da Fieg brinca sobre a proposta do governador: “Não foi bem um convite, foi uma intimação”
O ex-deputado federal e presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, lançou sua pré-candidatura a prefeito de Goiânia nas eleições municipais deste ano. A oficialização foi feita em uma live pelo Zoom na tarde de sábado (30) com a presença do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
Após mais de uma rodada de conversas com Caiado, Mabel aceitou o convite do governador para disputar o pleito em Goiânia neste ano e ser o nome da base. Na quarta-feira (27), logo após agenda de divulgação dos números do Instituto Mauro Borges sobre o Produto Interno Bruto (PIB) goiano, os dois se reuniram e o presidente da Fieg sinalizou que poderia aceitar o convite, mas pediu ao governador o prazo do fim de semana para dar resposta definitiva.
Com o aceite, selado durante a live, a expectativa é que Mabel deixe o Republicanos e filie-se ao União Brasil, mesma legenda do governador, até 6 de abril, prazo limite definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as filiações partidárias.
O governador teve dificuldades em definir apoio a um nome para a Prefeitura de Goiânia. Antes de fechar com Mabel, houve tentativas de aventar os nomes do ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot (MDB), do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), de Ana Paula Rezende (MDB), e também do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (MDB). Nenhuma costura prosperou.
Durante a live deste sábado, Caiado disse que o nome de Darrot enfrentou dois entraves para ser lançado como pré-candidato da base. Primeiro, a dificuldade de deslanchar. Segundo, a resistência do eleitorado por ele não ser de Goiânia. Os dois fatores não seriam empecilhos para Mabel, por exemplo, porque na visão do governador, o ex-parlamentar tem “uma experiência enorme na vida política na capital” pois “a vida dele é aqui”.
No fim da tarde de quinta-feira (28), logo depois que Sandro Mabel tornou-se centro do noticiário local, o ex-prefeito de Trindade anunciou a retirada da pré-candidatura à Prefeitura de Goiânia, menos de dois meses depois de ter se apresentado como uma das possibilidades ao Paço.
“O Sandro tem habilidade demais e eu também, e vamos dialogar com todos os partidos. Aqueles que decidirem pelas candidaturas, nós respeitamos como é o jogo democrático. Aqueles que puderem somar conosco serão muito bem-vindos”, afirmou o governador durante a live, ecoando algo que ele já vinha verbalizando desde o ano passado de que o União Brasil não deverá abrir mão da cabeça de chapa em Goiânia e que também tentará aglutinar o maior número de partidos em volta de uma candidatura até a data da convenção da legenda, prevista para o mês de julho.
Ao justificar o porquê de escolher Sandro Mabel, Caiado também disse que levou em consideração pesquisas qualitativas internas que davam termômetro do que o eleitorado goianiense buscava no perfil do próximo gestor da Capital. Os levantamentos mostraram que os cidadão estão em busca de alguém com experiência de política e de gestão.
“O povo de Goiânia não tem nenhum sentimento contra político, mas quer capacidade comprovada de gestão. E é importante alguém que tenha um canal aberto de diálogo dentro de Brasília e que tenha acesso em qualquer um dos meios políticos, um homem experiente, vivido. Nessa hora precisamos pensar na Capital”, disse o chefe do Executivo goiano.
Ainda sobre o convite de Caiado, Mabel respondeu em tom de brincadeira: “Não foi bem um convite, foi uma intimação.” Apesar de deixar claro que havia uma certa resistência no início ante a possibilidade de concorrer por razões familiares, o presidente da Fieg já fala como postulante. Aliados dizem sobre seu entusiasmo em entrar na disputa. A live deste sábado teve ainda a participação do pai e da esposa de Mabel. Eles disseram ter concordado com o aceite só depois de uma conversa.
Sobre a possibilidade de apoiar a reeleição do prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Republicanos) e a pré-candidatura do senador Vanderlan Cardoso (PSD), Caiado deixou entender que priorizará as conversas com quem está na base do governo, mas que “não vai deixar de buscar apoios”.
“Continuarei falando com Wilder Morais (PL), que tem perfil de gestor e foi procurado por mim. Ele abriu mão da pré-candidatura por ter sido eleito há pouco mais de um ano para o Senado. Temos de trabalhar por uma candidatura da base partidária. Os partidos que decidirem por suas candidaturas, como o PSD de Vanderlan Cardoso, serão sempre respeitados, mas os que preferirem andar conosco, serão bem-vindos”, disse.