Serpentes do Zoológico são os animais favoritos do público
Mais de 430 animais de 103 espécies vivem no complexo; espécies de serpentes representam cerca de 10%
Desde 1956 o zoológico de Goiânia, localizado na Alameda das Rosas no Setor Oeste, tem grande dever de fazer a educação ambiental da população urbana na Região Metropolitana de Goiânia. Por causa disso, é um destino principal dos turistas e moradores locais com mais de 430 animais de 103 espécies. Com horário de funcionamento de quarta-feira a domingo, conta com os três principais reinos animais, dos mamíferos, répteis e as aves.
Apesar da sua história conturbada da recente perda de 81 bixos há quase 15 anos, três biólogos têm o trabalho de cuidar do bem estar dos animais. Como exemplo, Diogo Amaral é o herpetólogo do parque e fascinado pelos animais rastejadores, é responsável pelo cuidado do acervo de mais 20 cobras das 10 espécies serpentes que habitam o complexo. Sobre isso, todos estes animais são dispostos no serpentário do zoológico e são as únicas espécies de répteis que a entidade gere. Porém, o zoológico não gere animais peçonhentos como antigamente.
Grande parte dessa fauna faz parte de espécies nativas que podem ser encontradas no cerrado goiano e em outros biomas do continente sul americano, como a jiboia, de mais de 8 metros de comprimento e uma coloração escura e marrom. Contudo, também possuem um grande acervo das espécies exóticas que não são encontradas de forma nativa em outro lugar no estado. A título de exemplo, no zoológico habitam as corn snakes vermelhas, que podem ser encontradas nos campos norte americanos, além disso, há o único exemplar de uma píton, com mais de 5 metros de comprimento e uma coloração pálida, que habitam o continente asiático.
Como diz o homem, cada espécie das serpentes necessita de um trabalho e um cuidado especial como uma alimentação própria, que neste caso, pode variar entre um roedor ou um coelho. “Aqui temos várias espécies e cada uma tem um período de digestão diferente, a píton, por exemplo, se alimenta a cada 20 dias. E toda vez que damos comida a elas nós temos um período de digestão que pode durar até dois dias em que não podem ser manuseadas ou perturbadas”, afirma o especialista.
E diferente dos outros animais de sangue quente da entidade, como as onças-pintadas possuem um longo período de adaptação entre indivíduos, as cobras da mesma espécie não possuem essa rixa quando dispostas em um mesmo ambiente fechado. Como averiguado pela equipe, existem oito exemplares das serpentes corn snakes em um mesmo espaço. “O período de adaptação delas não é tão longo porque não há uma competição de comida ou espaço nos viveiros”.
Porém, de forma similar a todos os outros bichos do parque, são pertencidos e cuidados pela Prefeitura de Goiânia. O que difere um animal do outro, portanto, é a sua origem, como diz Diogo, alguns animais foram pedidos e encaminhados pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres de Goiânia (Cetas-Go), pois já não tinham previsão de retorno do habitat.
Desta forma, muitos destes animais requisitados pelo Cetas foram obtidos de operações de resgate por acidentes e possuem histórias trágicas por causa disso, como a jiboia que foi atropelada e teve os ossos quebrados. Na época, não tinha previsão de um retorno saudável. Contudo, quase dez anos depois, vive e se movimenta como se nada tivesse acontecido. “De longe essa jiboia foi a serpente que necessitou a nossa maior atenção quando chegou aqui. Nem achávamos que iria voltar a escalar o tronco que colocamos para ela como ela faz hoje”, diz Diogo com um carinho especial ao animal.