Bolsonaro teria pedido para PL desistir de ação que pode cassar mandato de Moro
Julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) pode definir futuro do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) retomou, nesta quarta-feira (3), o julgamento que pode determinar a cassação do mandato do ex-ministro Sérgio Moro. Após o relator, Luciano Carrasco Falavinha Souza, se manifestar contra a cassação na sessão de segunda-feira (1º), o processo agora aguarda os votos dos demais membros da corte.
Segundo informações da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, o presidente Jair Bolsonaro teria se reunido com o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, na tentativa de persuadir o partido a retirar a ação contra Moro. No entanto, mesmo diante dos apelos de Bolsonaro, Costa Neto teria afirmado que o partido não iria desistir da ação, argumentando que ela foi financiada com recursos do fundo partidário e sua retirada poderia resultar em consequências legais para o partido.
O processo movido pelo PL não é o único que visa a cassação do mandato de Moro. A Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PCdoB e PV, também entrou com uma ação nesse sentido. A representação, segundo fontes, seria uma resposta à alegada “grande mágoa” de Moro com Bolsonaro, que teria sido o motivo para o ex-juiz deixar a magistratura e ingressar na política.
Após o voto do relator contra a cassação, o julgamento continuará com os votos dos demais membros da corte. José Rodrigo Sade, indicado por Lula, é considerado voto contra a cassação, enquanto a desembargadora Cláudia Cristina Cristofani, que atuou como revisora das decisões do TRF-4 sobre a Lava Jato, é vista como uma possível defensora da cassação. Outro indicado por Lula, Julio Jacob Junior, também deverá expor seu voto em seguida.
Caso haja empate, o presidente do TRE-PR, Sigurd Roberto Bengtsson, terá o voto decisivo.
O desfecho no TRE-PR pode determinar os próximos passos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Especula-se que, em caso de decisão desfavorável a Moro, o processo seja levado ao TSE, onde o ex-ministro enfrentaria um ambiente menos propício. Essa situação já foi observada em casos anteriores, como na cassação do ex-deputado federal Deltan Dallagnol.