Vacina contra cocaína está em desenvolvimento e pode ajudar a combater o vício
O consumo leva o sistema circulatório a seus limites, o efeito é comparável a uma maratona
O consumo de cocaína bateu um novo recorde. De acordo com as estimativas das Nações Unidas, em todo o mundo, cerca de 22 milhões de pessoas consumiram a substância, que é extraída das folhas do arbusto da coca, em 2021. Esse número é maior do que a soma de habitantes das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Na Europa, a cocaína é a segunda droga ilegal mais comum, depois da maconha.
A droga é altamente viciante e danifica órgãos vitais. O consumo leva o sistema circulatório a seus limites, o efeito é comparável a uma maratona. A abstinência, por sua vez, está associada a um grande estresse físico e mental. Agora, no Brasil, pesquisadores estão desenvolvendo uma vacina para ajudar no combate ao vício.
A vacinação como solução
Uma vacina contra a cocaína pode ajudar no tratamento da dependência. Após a vacinação, formam-se anticorpos no sangue. Esses anticorpos se ligam especificamente à cocaína. Portanto, a substância é grande demais para passar pela barreira hematoencefálica. Isso significa que o cérebro não pode ser estimulado, então, não há a sensação causada pela substância.
As reações cerebrais que normalmente desencadeiam o desejo pela droga são suprimidas. Como resultado, o paciente percebe a droga de forma diferente.
Acredita-se que os resultados dos testes em animais podem ser transferidos para humanos. Caso isso dê certo, essa seria a primeira vacina contra a cocaína do mundo a ser usada para tratamento da dependência.
Outras equipes de pesquisa nos EUA também trabalham em vacinas parecidas. Os testes clínicos em humanos ainda estão pendentes e, portanto, é incerto quando e se uma vacina para dependentes de cocaína estará de fato disponível.