Em conferência, Lula destaca importância de ouvir a sociedade: ‘O governo precisa ter mais ouvido do que boca’
Lula ressalta papel do governo em promover políticas sociais e econômicas inclusivas durante a 12ª Conferência Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (12ª CNDCA)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou, nesta quarta-feira (3), a necessidade de seu governo “ouvir mais” a sociedade ao invés de falar, durante sua participação na 12ª Conferência Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (12ª CNDCA), realizada em Brasília. Em um momento em que as pesquisas de opinião indicam uma queda na aprovação do governo, Lula defendeu que sua gestão precisa priorizar a maioria dos brasileiros que necessitam de algum tipo de suporte do Estado.
“Eu não poderia deixar de participar desse encontro porque vivemos um instante na história desse país no qual precisamos conversar muito. Precisamos que prevaleça a verdade e não a mentira. Precisamos que prevaleça a solidariedade e não o individualismo. O governo não pode tudo, precisa ter mais ouvido do que boca. O governo precisa prestar atenção à realidade das pessoas”, afirmou Lula durante seu discurso.
Lula ressaltou a importância de priorizar os necessitados, destacando a desigualdade entre os ricos e os pobres do Brasil. Ele criticou a postura dos banqueiros, que, segundo ele, se posicionam contra um Estado forte, mas exigem recursos do governo. “Os banqueiros não precisam do Estado, mas exigem que o Estado brasileiro faça superávit e coloque milhões à disposição deles. Quem precisa do Estado é o povo trabalhador, que paga 27,5% de Imposto de Renda”, argumentou o presidente.
Durante a conferência, Lula também enalteceu o Programa Pé-de-Meia, uma política de incentivo educacional destinada a promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes matriculados no ensino médio público. Ele explicou que o programa prevê o pagamento mensal de R$ 200, além de um depósito de R$ 1 mil ao fim de cada ano concluído. No entanto, Lula admitiu que a intenção do governo era incluir um número maior de estudantes no programa, mas teve que estabelecer uma “linha de corte” devido às limitações orçamentárias.