Haddad atribui aumento a “ruídos” e prevê acomodação
Ministro da Fazenda destaca necessidade de melhorar comunicação dos resultados econômicos
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta segunda-feira (1º), que a recente alta do dólar se deve a “muitos ruídos”. Ele reconheceu que a moeda norte-americana subiu mais em relação ao real do que a outras moedas de países emergentes e destacou a necessidade de melhorar a comunicação do governo sobre os resultados econômicos.
Haddad, após o dólar fechar em R$ 5,65, maior nível em dois anos e meio, disse que “[o dólar] está alto. Apesar da desvalorização [de outras moedas] ter acontecido no mundo todo, de uma maneira geral, aqui aconteceu maior do que nos nossos pares: Colômbia, Chile, México”. Ele não especificou quais ruídos têm provocado a desvalorização do real, mas acredita que o dólar tende a se acomodar nas próximas semanas e reverter parte da alta recente.
O ministro também mencionou o resultado positivo da arrecadação de junho, informado pela Receita Federal. “Estamos no sexto mês de boas notícias na atividade econômica e na arrecadação”, afirmou Haddad. A Receita Federal divulgará o resultado da arrecadação federal do primeiro semestre no fim deste mês.
Corte de Gastos
Parte da alta do dólar se deve à expectativa do mercado sobre o anúncio de medidas de corte de gastos para o Orçamento de 2025 e o contingenciamento de verbas para o Orçamento deste ano. Haddad informou que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira (3) para tratar desses temas. “O presidente tem um compromisso de não ferir direitos. Esse compromisso será respeitado pela equipe econômica”, disse.
Haddad afirmou que cumprir o arcabouço fiscal estabelecido é crucial, garantindo que o governo tenha tamanho suficiente para alcançar as metas estipuladas. Ele também informou que a equipe econômica fechou o Plano Safra e que anunciará o plano na quarta-feira. Ele acertou eventuais mudanças no projeto que regulamenta a reforma tributária sobre o consumo.
Segundo o ministro, secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, passará aos parlamentares os impactos da inclusão de produtos na cesta básica com alíquota zero. A alíquota-padrão do futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) refletirá esses impactos.