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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
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Negócios

Pesquisa demonstra mudanças no consumo da população de baixa renda no Brasil

Empresas de varejo e bens de consumo precisam estar preparadas para
compreender e atender de forma eficaz essa população

Postado em 3 de julho de 2024 por Andresa Cardoso
A pandemia de Covid-19 impactou a população

O Instituto Locomotiva realizou uma pesquisa em 2023 sobre o consumo da população de baixa renda no Brasil. Dividido entre as classes C, D e E, esse grupo representa 76% da população brasileira e responde por quase metade do consumo do país.

A base da pirâmide social brasileira atravessou décadas desafiadoras, com altos e baixos, desde a hiperinflação dos anos 1990 até a conquista de programas e políticas sociais que mudaram os padrões de vida e deram acesso a serviços e bens de consumo antes inalcançáveis por essa população.

A pandemia de Covid-19 impactou a população, acelerando a digitalização e transformando comportamentos de consumo. Agora, os brasileiros emergem com novas expectativas e hábitos. Com o fim da crise e o início de uma fase de recuperação, o anseio por uma melhoria de vida se intensifica.

Em trecho divulgado para contextualização da pesquisa, a sócia e líder da indústria de Consumo e Varejo da PwC Brasil Luciana Medeiros, diz: “Os brasileiros das classes C, D e E têm características e comportamentos diferentes em comparação com o que era visto alguns anos atrás. São novas demandas e nuances regionais
que precisam ser consideradas pelas organizações”.

A pesquisa se propôs a incentivar líderes a se questionarem se suas estratégias e execução são realmente adequadas para atender essa população, levando em consideração fatores econômicos e variações culturais.

O estudo teve como base uma abordagem metodológica mista, com pesquisas que têm o intuito de formar uma visão ampla e aprofundada sobre reflexões e tendências de consumo nas classes C, D e E, que os pesquisadores nomearam como mercado da maioria.

Os entrevistados são homens e mulheres a partir de 18 anos de idade. Foram 2.388 entrevistados, sendo 1.539 das classes C, D e E e 849 das classes A e B.

O mercado da maioria e os significados do consumo

O consumo para o mercado da maioria é encarado como uma questão de conquista e esforço individual: 61% se esforçam para comprar coisas que não tiveram condições financeiras de ter quando eram mais jovens. Já 71% se sentem realizados quando economizam para comprar um produto e conseguem. O desejo por compras inteligentes que aliem preço, qualidade, praticidade e conforto é uma característica da maioria: 66% valorizam produtos de qualidade por preço justo.

A maioria prefere vitrines mais chamativas, coloridas e com muitas informações e se sente mais à vontade em lojas com funcionários com perfis mais parecidos com o seu. 61% gostariam de ter eletrônicos e eletrodomésticos mais modernos do que têm atualmente. Já 87% consumiriam mais se tivessem mais acesso a crédito.

Consumo e diversidade

A pesquisa mostrou que há uma demanda latente por consumir de marcas/lojas que estejam engajadas na promoção e no fomento da diversidade: 64% aceitam pagar um pouco mais por marcas/produtos que apoiem a diversidade, e 50% já deixaram de comprar um produto ou contratar serviços de alguma marca que teve atitudes consideradas preconceituosas.

A busca por métodos alternativos de compra, que favorecem a otimização do consumo, já é uma tendência observada no mercado da maioria. 38% dos pesquisados já compraram produtos usados em sites/apps especializados.

Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, discute o foco da pesquisa: “Nosso foco é o mercado da maioria, dos consumidores no meio e na base da pirâmide econômica, que tiveram que se reinventar em busca de equilíbrio financeiro e controle de despesas. São pessoas ainda mais seletivas, com mais experiência e acesso à informação e a mais opções de compras e canais. É um cenário que está impulsionando uma abordagem mais criteriosa na avaliação do custo benefício, combinando uma exigência de qualidade e preço acessível”.

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