Brasileira com dor rara que busca eutanásia enfrenta questões morais
Dor descrita como choques elétricos
Carolina Arruda, uma jovem de 27 anos de Bambuí, Minas Gerais, vive com Neuralgia do Trigêmeo desde os 16 anos. Esta condição provoca dores faciais intensas e constantes. Brasileira com dor rara que busca eutanásia enfrenta questões morais.
A estudante de medicina veterinária relata que a dor, descrita como choques elétricos, pode ser desencadeada por atividades simples como falar, comer ou sentir uma leve brisa no rosto.
Carolina busca tratamento há anos. Apesar de usar mais de 10 medicamentos, incluindo morfina e canabidiol, e passar por quatro cirurgias, ela não encontrou alívio. Diante desse sofrimento, ela decidiu buscar a eutanásia na Suíça, onde o procedimento é legal. No Brasil, a eutanásia é considerada crime.
Brasileira com dor rara
Casada há três anos e mãe de uma menina de 10, Carolina começou a sentir dores aos 16 anos, enquanto se recuperava de dengue. A primeira dor ocorreu na casa da avó. Inicialmente, Carolina acreditava que era uma dor de cabeça decorrente da dengue, mas os episódios se tornaram frequentes e intensos após o nascimento de sua filha.
A dor levou Carolina a buscar ajuda de pelo menos 50 médicos diferentes. O diagnóstico de Neuralgia do Trigêmeo só veio aos 20 anos. A família notou que o comportamento de Carolina durante as crises era semelhante ao do bisavô, que também tinha a doença. Isso levou ao diagnóstico definitivo.
Carolina conta que a dor é tão incapacitante que ela precisou entregar a criação da filha aos bisavós quando a menina tinha um ano. Ela lembra que não conseguia cuidar da bebê devido às crises constantes e internações. Carolina também buscou tratamentos fora do Brasil, mas descobriu que as opções são as mesmas disponíveis no país.
Brasileira com dor rara que busca eutanásia. A jovem relata que tentou de tudo, desde tratamentos farmacológicos até terapias alternativas. No entanto, nada trouxe alívio significativo. Agora, ela espera arrecadar R$ 150 mil para viajar à Suíça e passar por um suicídio assistido. Até o momento, já conseguiu R$ 24 mil.
Carolina descreve a decisão pela eutanásia como a mais difícil, mas também a mais clara. Ela afirma que, apesar do apoio da família e do desejo de uma vida feliz, a dor constante transformou sua vida em um tormento. Carolina pede compaixão e um fim digno para seu sofrimento.