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domingo, 22 de dezembro de 2024
Dia Mundial do Rock

Rock: mais que música, um aliado para a saúde mental e física

Profissionais compartilham benefícios desse estilo musical para a vida das pessoas

Postado em 12 de julho de 2024 por Vitória Bronzati
Desde os tempos mais remotos

O rock and roll, além de ser um gênero musical emblemático, desempenha um papel significativo na saúde e no equilíbrio emocional, segundo especialistas da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Neste sábado (13), em comemoração ao Dia Mundial do Rock, que remete ao festival “Live Aid” de 1985, os profissionais destacaram os benefícios que essa forma de arte traz para a vida das pessoas.

Hermeto Macario Amin Paschoalick, médico intensivista e superintendente do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), afirmou que ouvir música é fundamental para a manutenção da saúde mental. “Tirar um tempo para ouvir a música que você gosta é uma forma de reorganizar seus pensamentos, sua rotina, as reflexões, evitando o esgotamento”, disse. Sua conexão com o rock começou na infância, ouvindo bandas como Beatles e Led Zeppelin, e evoluiu para sua participação em uma banda de punk rock na adolescência.

A diversidade musical do rock, segundo ele, é benéfica até mesmo na Medicina, “com dados que apontam para o efeito positivo da música no tratamento da dor, inclusive em ambientes de terapia intensiva”.

Seu companheiro de banda, o guitarrista, psiquiatra e gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFGD, Thiago Pauluzi Justino, complementou que o rock não apenas oferece uma forma de expressão, mas também promove a construção de laços sociais. “O rock sempre se relacionou com espírito crítico, inovações, rebeldia, atuando como motor para a quebra de barreiras raciais e sociais”, destacou. Junto a Hermeto, ele mantém uma banda chamada ‘Sinapse Nervosa’, que serve como um espaço terapêutico em meio às exigências do trabalho hospitalar.

Os benefícios do rock se estendem também à saúde mental. Thiago explica que “estudos científicos demonstram que este gênero musical proporciona emoções positivas, reduz o nível de estresse e ansiedade, melhora o humor e estimula a cognição”. A intensidade do rock permite que os ouvintes processem emoções negativas, oferecendo uma sensação de alívio e bem-estar.

A batida certa para a saúde mental

O neurologista Clecio Godeiro Jr., do Hospital Universitário Onofre Lopes, ressalta a importância do rock na vida familiar, afirmando que “tocar violão com meus filhos é uma das minhas atividades favoritas”. Ele enfatiza que a música estimula áreas do cérebro relacionadas à emoção e memória, e que pode atuar como uma ferramenta terapêutica, especialmente em condições neurológicas como Alzheimer e Parkinson.

Segundo o especialista, “a combinação de ritmo, melodia e emoção faz do rock uma parte importante da minha vida, tanto profissionalmente, ao entender seus efeitos no cérebro, quanto pessoalmente, ao compartilhá-lo com minha família”. O neurologista explicou que a música, de maneira geral, tem um efeito profundo no cérebro humano, estimulando áreas responsáveis por emoção, memória, atenção e movimento. O rock, com seu ritmo forte e batidas marcantes, pode provocar uma ativação intensa do sistema de recompensa do cérebro, liberando neurotransmissores como a dopamina.

“A música pode ser uma ferramenta terapêutica poderosa para pacientes com doenças neurológicas. Em condições como a doença de Alzheimer, a música pode ajudar a evocar memórias e melhorar a interação social e a comunicação. Em pacientes com Parkinson, a música pode ajudar na coordenação motora e na marcha”, enfatizou Clecio.

Além disso, a musicoterapia pode reduzir a ansiedade e a depressão em pacientes com várias condições neurológicas, proporcionando um meio de expressão e alívio emocional. “Algumas pessoas podem achar o rock mais estimulante e energizante, o que pode ser benéfico para melhorar o humor e a motivação”, complementou.

Harmonia entre rock e saúde

Além disso, o urologista Rogério Fraga, do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, observa que o rock pode ajudar a reduzir o estresse, que agrava condições urológicas.

Para ele, os benefícios do rock não se limitam ao corpo. “A partir do momento que você tem que escutar e treinar a escuta, você vai fazendo conexões neurais que vão tornando a pessoa um ser humano mais empático, porque você vai melhorando sua capacidade de escutar”, afirmou o urologista.

Além disso, Rogério contou que sua paixão pela música começou cedo, ainda na infância. “Tenho cinco irmãos e todo mundo toca um instrumento, então a gente já tem de casa um hábito, pois meu pai gostava de cantar e tocava violão”, contou. Rogério é o vocalista da banda ‘Uso Utópico’, composta inteiramente por médicos egressos da UFPR.

O ginecologista Leonardo Bezerra, do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará, também é apaixonado por rock, e sua banda, ‘Banda Rebento’, surgiu durante a pandemia. Ele acredita que a música vai além de um simples estímulo sensorial, sendo fundamental para a edificação da personalidade e a construção do dia a dia.

A música, na avaliação de Leonardo, vai muito além de um simples estímulo sensorial: “Ela traz a nostalgia, toma sentimentos, traz lembranças e tem o rosto da história das nossas vidas”. Ele destacou que a música “estimula, agrega movimento, pode ser um louvor, um hino de luta e até mesmo transgredir trazendo palavras proibidas. Ela declara sentimentos, percepções pelo outro e é extremamente importante para a edificação da nossa personalidade e para a construção do nosso dia a dia”.

Desde os tempos mais remotos, a música está presente na natureza e associada à nossa capacidade de ouvir, tocar instrumentos e cantar. Dentro da história da música, o rock vai além de uma expressão de rebeldia, agregando dança, jovialidade e a possibilidade de expressão fora dos padrões. “Rock é movimento, alegria, resgate de sonhos de juventude”, disse Leonardo. 

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