O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes proibiu, em notificação do seu gabinete nesta terça-feira (16), que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) tenha contato com o presidente de honra do PL, Jair Bolsonaro e o chefe nacional da legenda, Valdemar da Costa Neto.

A decisão do magistrado acontece em meio ao inquérito que investiga uma suposta organização ilegal a parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conhecida como ‘Abin paralela’, que agiria conforme os interesses da família Bolsonaro.

A decisão de Moraes deve afetar diretamente o cenário eleitoral municipal do Rio de Janeiro. Ramagem é o pré-candidato bolsonarista na cidade natal do ex-presidente. Entretanto, com as investigações a todo vapor, Bolsonaro já estuda trocar o ex-chefe da Abin. O ex-presidente vê a possibilidade de candidatura do também deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), conforme divulgado pelo Blog do Octavio Guedes, da GloboNews. 

A candidatura de Ramagem – que está em segundo lugar nas pesquisas de intenções de voto, atrás apenas do atual prefeito Eduardo Paes (PSD) – vive situação delicada, visto que Bolsonaro é seu principal cabo eleitoral. 

Ademais, Ramagem é investigado pela Polícia Federal como um dos principais articuladores da Abin paralela. A organização teria agido no governo Bolsonaro, investigando e espionando ilegalmente os adversários políticos do ex-presidente, mesmo sem aval judicial. 

Alexandre Ramagem foi nomeado no dia 11 de julho de 2019 como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência. Permaneceu no cargo até 30 de abril de 2022, quando foi exonerado pelo presidente para disputar as eleições federais.

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