A pré-candidata da base governista na disputa em Anápolis, Eerizania Freitas (UB), tem, aos poucos, ampliado espaços no cenário político local. A política assumiu a missão de concorrer à prefeitura em meio a uma polarização extrema na cidade, o que torna o desafio da pré-candidata ainda maior. Os nomes em evidência são: Antônio Gomide, que mergulha no pleito representando o Partido dos Trabalhadores (PT), e Márcio Corrêa (PL), que vai à luta com a chancela do bolsonarismo. Se engana, porém, quem acredita que não há espaço para terceira via na cidade.

Recentemente, Eerizania recebeu novos apoios. Ela consolidou alianças com o Podemos e o DC, por exemplo. Os partidos chegam para somar com o Progressistas (PP) e Republicanos — respectivamente o ex e atual partido do prefeito Roberto Naves, seu mentor político. Com isso, os estrategistas da campanha de Eerizania apostam que ela pode ter o maior tempo de TV entre os candidatos, o que pode garantir as chances de penetração em meio ao eleitorado anapolino.

Ainda que circulem comentários de que a base estaria preocupada com o baixo avanço da pré-candidata na disputa, interlocutores garantem que sua performance só poderá ser, de fato, aferida com o início da campanha. Ou seja, quando o ‘time Caiado’ entrar de uma vez por todas em campo.

Vale lembrar que a agenda política pré-eleitoral em Anápolis contou, como mostrado pelo O Hoje, com um boom no início deste mês, quando um evento do União Brasil revelou a força com que a candidata tende a se apresentar na disputa. Encabeçado pelo presidente da sigla, o governador Ronaldo Caiado, que reuniu a nata da política no encontro, a solenidade foi regada pela certeza de que Eerizania tem um caminho promissor pela frente. 

Ela, como dito, é o nome do atual prefeito Roberto Naves (Republicanos), com chancela do governador, e acumula a experiência de ter sido secretária de Naves nos dois mandatos. Em entrevista concedida recentemente à reportagem, a servidora pública se diz tranquila com relação às pesquisas de intenção de voto na cidade. “Estou só crescendo. Meu nome tem chegado aos quatro cantos da cidade e as pessoas estão me conhecendo”, avaliou.

Ela enfatiza que saúde, educação, segurança pública e desenvolvimento econômico pautarão seu plano de gestão, mas diz que quer ampliar o debate sobre as macrodrenagens, tendo em vista as enchentes no Rio Grande do Sul, advindas das mudanças climáticas. Ela mostra preocupação sobre os riscos de erosão e inundações na cidade goiana. “Precisamos fazer um estudo futurista. Anápolis não foi planejada para ser uma cidade com esse porte de veículos que tem hoje”, reforça.

Indicada pelo governador para suceder o prefeito, Eerizania se vê com chances reais de se tornar a primeira mulher prefeita de Anápolis. No entanto, afirma que não fará campanha política baseada em críticas aos outros candidatos. “A gente tem que tomar cuidado com a questão do extremismo porque a gente precisa fazer um debate saudável e que traga uma campanha propositiva para a cidade”, reflete ela. 

Ao explicar o porquê tem se apresentado aos eleitores como ‘terceira via’, dispara: “Você cita dois pré-candidatos. Um com 20 anos de vida pública — que inclusive no segundo mandato renunciou para se candidatar ao legislativo estadual —, e você fala de outro que tem mais de 10 anos de vida pública ou de tentativa de participação na vida pública. São pessoas que já participaram de pleitos e processos eleitorais de outras campanhas”. 

E continua: “Eu sou uma pré-candidata que tem conhecimento técnico e excelência em gestão. Quando secretária de Educação, avançamos no Ideb significativamente e tivemos percentual de reajuste de 23% num ano, e 18% no outro. Isso é um diferencial que tenho. A Eerizania Freitas é reconhecida como alguém que tem capacidade de gestão. Eu me apresento como pessoa que tem solução para os problemas da cidade. Agora, eu não posso fazer um comparativo com quem nunca fez entrega na cidade”.