A popularização das cirurgias plásticas e procedimentos estéticos nos últimos anos têm afetado todo o mundo, e em ranking global, o Brasil é o segundo país que mais realiza operações desse tipo. Apenas em 2023, estima-se que mais de 2 milhões de pessoas realizaram procedimentos cirúrgicos no Brasil, aponta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Por conta de novas tecnologias, tendências e tipos de procedimentos, o acesso a procedimentos estéticos cresceu rapidamente, tornando-os uma realidade próxima de grande parte da população. “Entretanto, qualquer processo cirúrgico promove certo risco à saúde de quem se submete a ele, e cirurgias plásticas não ficam de fora”, alerta o cirurgião plástico, Hugo Santos. Por isso, segundo o médico, quem se interessa por algum procedimento estético precisa estar atento a algumas recomendações básicas sobre segurança em cirurgias plásticas.

“Os cuidados para se realizar uma cirurgia com segurança começam ainda antes do procedimento, com uma consulta com especialista que irá avaliar se é possível proceder para a operação”, pontua. Essa etapa é fundamental para alinhar as expectativas do paciente com as decisões a serem tomadas em cirurgia, além de minimizar riscos associados. “Devem ser feitos exames pré-operatórios para avaliar o estado de saúde do paciente”, orienta.

Antes da cirurgia, a equipe médica também deve ter acesso ao histórico clínico do paciente, incluindo alergias, medicamentos que estão sendo ministrados, cirurgias prévias e hábitos prejudiciais à saúde (como tabagismo e consumo de álcool). “Caso o paciente tenha alguma doença pregressa, isso também precisa ser avaliado pela equipe médica, para que possa ser traçado um planejamento cirúrgico e sejam avaliadas possibilidades de complicação que a doença em questão acrescente ao procedimento”, descreve. 

Seguindo esses cuidados, caso o paciente esteja saudável e em condições de dar continuidade ao processo, é possível seguir para a operação.

Cuidados durante a cirurgia 

Já sobre os cuidados na realização do procedimento, a primeira coisa a que se deve se atentar é na escolha do cirurgião. “Por ter possibilidades de complicações, é essencial que a cirurgia seja feita por um especialista que seja reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e por uma equipe auxiliar qualificada. Além disso, o local precisa ser adequado, oferecendo equipamentos higienizados e de segurança, para que o paciente tenha todo o suporte necessário. A temperatura deve ser mantida ideal na sala de cirurgia, e toda a equipe deve ter os equipamentos corretos para a operação”, enunera.

Durante o procedimento, a técnica cirúrgica aplicada deve respeitar limites operacionais e de acordo com as condições do paciente. “Métodos que exponham o paciente a um risco cirúrgico maior devem ser totalmente evitados, como em cirurgias de lipoaspiração, que não devem ultrapassar os limites de segurança de gordura aspirada, ou a realização de mais de três cirurgias de grande porte em um mesmo procedimento”, explica.

No pós-operatório 

Após realizada a cirurgia, os principais cuidados que devem ser tomados são o acompanhamento  médico e um relatório dos sintomas após o procedimento. “O paciente deve seguir as orientações médicas corretamente a fim de seguir com uma recuperação no ritmo certo e sem maiores riscos. Se necessário, um acompanhamento fisioterápico também deve ser procurado”, conclui Hugo Santos.