Bombeiros retiram helicóptero que caiu nas margens do Rio Araguaia
Aeronave fez mais de 1,7 mil operações de resgate com mais de 3.150 horas de voo
O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO) começa nesta terça-feira (23) os esforços para retirar os destroços do helicóptero que caiu nas margens do rio Araguaia na manhã do último sábado (21). A aeronave teria sofrido uma suposta falha mecânica e forçado o piloto a efetuar um pouso forçado próximo a área repleta de turistas no município de Britânia.
Segundo o Tenente Coronel e Comandante do Serviço Aéreo do CBM-GO, Eduardo Campos, ao O HOJE, haviam seis pessoas a bordo do veículo no momento que atingiu o solo, entre eles, o piloto e co-piloto e outros quatro tripulantes. Porém, ao contrário do relato inicial de que havia apenas lesões leves como escoriações, foi revelado na manhã deste dia 23 que três pessoas a bordo sofreram lesões nas vértebras resultantes da força da colisão.
O piloto da aeronave, Coronel Igor, sofreu quatro trincamentos nas vértebras e teve de ser socorrido para um hospital em Goiânia. O bombeiro então foi liberado na manhã de domingo (22) após uma bateria de exames e será submetido a um tratamento de conservação com um colete protetor sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica. Inclusive, comenta como o militar já está repousando na sua residência.
Os dois passageiros Coronel Rodrigues e Capitão Milson também tiveram lesões nas vértebras e precisaram de atendimento médico. Contudo, o Capitão Rodrigues foi submetido a uma cirurgia no Hospital Ortopédico de Goiânia durante a manhã domingo (22) devido uma “lesão acentuada em uma das vértebras”, mas segundo Eduardo, ele se recupera bem no hospital. “Ele ainda está no hospital. Mas está consciente, já conversa com os enfermeiros e consegue caminhar. Já há previsão de alta para amanhã (24)”, afirma.
Ainda segundo Eduardo, foi graças à capacitação do piloto, da equipe dentro do veículo e de uma equipe dos bombeiros no porto de Itacaiú que assegurou a vida de todos os membros a bordo. “O Coronel Igor conseguiu com muita destreza, manter a aeronave reta e pousar sem afundar o helicóptero. Ainda mais, do lado direito [da aeronave] tinha mata, na frente tinha uma ponte, do lado esquerdo tinha os banhistas e embaixo dele havia o rio com uma água turva”, afirma.
No momento antecedentes da queda, o único helicóptero dos bombeiros fazia voo de patrulhas como parte da Operação Férias quando o piloto relatou perda de potência enquanto sobrevoava a região de Itacaiú. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) atualmente apura o que levou o veículo para a colisão e deve apresentar os achados para a equipe responsável.
Enquanto isso, os destroços serão transportados para a central da empresa que assegura o veículo para averiguar se há a possibilidade ou não de concerto da aeronave. Caso isso não seja possível, parte do valor será estornado para o governo para que uma nova licitação de compra para a aeronave seja feita para o CBM-GO.
Desde 2011, a corporação fez mais de 3150 horas de voos com a aeronave em mais de 1700 ocorrências de resgate que socorreu vítimas para as unidades hospitalares do Estado. Ainda afirma que a aeronave era mantida conforme o protocolo a cada 50 horas de voos. No entanto, no dia da queda ainda restavam cerca de 30 horas disponíveis para a próxima manutenção do veículo. “Era uma aeronave muito boa e sempre nos atendeu em tudo o que a gente precisava”.
Apesar dessa perda afirma que os militares ainda possuem outros dois aviões que também efetuam as operações de resgate aeromédico e UTI Aeromédico com a mesma equipe e equipamento que utilizavam no helicóptero.